quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

INDUBTAVEL - REGGAE DOCUMENTO

Um Breve Apanhado Sobre o Reggae Paulistano

INDUBTAVEL_REGGAE DOCUMENTO from Indubtavel_Reggae Documento on Vimeo.

Documentário com concepção, edição e produção de William Sernagiotto e VDA Filmes. Faz um panorama sobre o cenário ska/reggae/dub paulistando depois dos anos 90 através de shows, entrevistas e depoimentos de Victor Rice, Firebug, Sapobanjo, Maleducados, Nyahbing e muito mais.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

M.C. ESCHER - O ARCAICO E O TECNOLÓGICO

É praticamente impossível não parar para olhar com mais calma um desenho ou gravura do Holandês M.C. Escher (Mauritus Cornelis Escher 1898 – 1970). Suas obras repletas de simbolismos, ilusões óticas e padrões matemáticos isométricos continuam desafiadoras em plena era da internet (quase quarenta anos após sua morte). Aliás, o que a internet tem a oferecer sobre o artista?

Jogando seu nome no Youtube econtramos praticamente de tudo: animações, vídeos, entrevistas etc.

Mas para que você não tenha que ficar peneirando os links, o ZINISMO dá uma força e seleciona alguns videos para você, fiel leitor.

A primeira categoria de videos, são as animações. Dado o movimento natural que suas obras possuem não é de se admirar que muitos tenham tentado dar um passo além nesse quesito:










Já outra categoria é aquela dos que tentam desvendar as perpespectivas embaraçosas e desafiadoras de M.C. Escher através da animações em 3D:




















Com tempo você pode também fazer um passeio virtual no museu dedicado ao artista:



Mas, o mais raro e o mais belo que a internet tem a oferecer são os preciosos registros do mestre. Separei uma pequena entrevista onde ele fala, entre outras coisas, sobre suas influências, particularmente sobre a arquitetura do sul da Itália, como ele mesmo constrangido diz, não a barroca ou renascentista e sim a de origem moura.



Um fato de que pouca gente se dá conta é que a maioria dos trabalhos que vemos na verdade não são simples desenhos e sim gravuras feitas com métodos arcaicos como a litogravura (na pedra) ou xilo (madeira) pelo próprio artista. Assista o processo de produção do mestre, parte da construção da matriz e impressão:






Visto tudo isso dá para entender a razão da paixão que arte de M.C. Escher desperta em todos nós. Sem dúvida, um artista a frente de seu tempo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

REDES SOCIAIS E SEUS ESPECIALISTAS OU 15 MINUTOS DE RETWEETS

Redes Sociais 

Quando Shawn Fannin criou o Napster, primeiro software de compartilhamento de arquivos P2P, ele não sabia, mas a soma da fome da juventude do final dos anos 90 por arquivos mp3, com a ferramenta “chat” do Napster, colocaria a Internet inteira em uma nova direção. A tal da Web 2.0 dava seus primeiros passos rumo a consagração da rede como mídia social.

Apesar do patético episódio da guerra que as grandes gravadoras de discos e algumas bandas, tendo como porta voz oficial o Metallica, travaram contra o Napster, chegando a fecha-lo inclusive, nada disso adiantou e desde então a troca de arquivos P2P é prática comum. Aliás, o recente caso do Pirate Bay, mostra que a Velha Ordem ainda não aprendeu, e como antes, também não resolveram nada, tanto que, nesse exato momento, meu HD está buffando aqui com transferências de torrents, mas vamos deixar os velhos juízes de direito serem felizes à maneira deles, e vamos voltar às redes sociais.

Depois do Napster, a Internet foi dominada por diversos sites, ferramentas e aplicativos baseados na mesmíssima filosofia de compartilhamento de Shawn e seu Napster. Assim, o YouTube, o MySpace, o Digg, o Craigslist, o de.li.cious, o Facebook e o Twitter, entre outros, tomaram a rede e se tornaram fenômenos de massa. A atual busca desesperada pelos convites do Google Wave me lembrou a época em que as pessoas faziam filas nas portas das lojas para comprar discos no dia do lançamento. E olha que isso acontecia até pouco tempo atrás! Para vocês verem como a rede vem mudando nosso comportamento!

O resto da história vocês conhecem! E estão ajudando a escrever!

O problema, é que na mesma velocidade que as redes sociais se espalhavam pela rede e pelo mundo, surgiram os tais “especialistas em redes sociais” e esses, se multiplicaram como Gremlins expostos à água! E com o “boom” do Twitter, aí o negócio perdeu o controle!

Na minha modesta opinião, o troço desandou mesmo depois do que eu vou chamar aqui de “Fenômeno Twitess” no Twitter.

Twittess é uma garota que há uns seis meses atrás ganhou muitos seguidores no Twitter, o que para alguns significa fama, na base do: “olha, eu estou te seguindo, AGORA ME SEGUE AÍ PELO AMOR DE DEUS!!!!”

Ah, sim! A “profissão” dela?

Exatamente!!! Especialista em Redes Sociais!!!

O que a transformou em uma especialista em redes sociais, ou, pior ainda, se foi esse “approach” que ela utilizou no Twitter que deu a ela o título, eu não sei dizer, mas o método que ela criou virou um catecismo para a fama e agora qualquer Zé Mané com sete dias de profile no Twitter sai pelos quatro cantos da rede arrotando “rede-socialês”!

Começou a era do BBB virtual! Nasce uma geração que tem o Marcelo Tás como Andy Warhol e não basta buscar quinze minutos de fama, mas se matar por quinze minutos de retweets!

Isso não quer dizer que não exista uma meia dúzia de profissionais que realmente analisam as redes sociais de forma, digamos, mais sensata. Que buscam, promovem e motivam a otimização da experiência dos usuários dessas redes, mas como eu disse, É UMA MEIA DÚZIA!!!

O que é engraçado… Quero dizer, seria engraçado se não fosse chato pra caralho… É o fato de que na real esse povo não sabe porra nenhuma! Continuam na mesma viagem desde quando se diziam “especialistas em blogosfera”! Não são especialistas de merda nenhuma! Na verdade são sim! São especialistas em EGOTRIP e desesperados por marketing pessoal! É um monte de gente vazia vendendo um nome enquanto rouba ideias pela rede! É deprimente!

Já está na hora de nós, pobres usuários e mortais, pararmos de dar atenção à esses “falsos profetas” porque quem define se o Google Wave, por exemplo, vai ser a nova revolução da rede, ou vai servir apenas pra gente marcar um churrasco e compartilhar as fotos da galera bêbada, somos nós e não eles! E já está mais do que na hora dessa molecada fazer algo de útil na vida em vez de buscar fama virtual. Isso é mais desespero pela fama do que as mulheres frutas do funk! Mais apelativo que a Banda Cine! É prostituição sem classe! E na boa, esse papo enfadonho já me encheu o saco!!! Já está me dando sono!!! E, falando nisso, vocês vão ter que me dar licença porque eu também tenho que aprimorar meus conhecimentos de especialista em redes… De dormir!

ZZZzzzZZZzzzZZZzzz

domingo, 13 de dezembro de 2009

ALBORGHETTI: CONTRA TUDO E TODOS



Sempre gerou polêmica a citação do nome do jornalista policial Luiz Carlos Alborghetti (que morreu no dia 09 deste mês aos 64 anos no Paraná) e que ficou famoso no Brasil entre 1992 e 1993 quando seu programa foi transmitido em rede nacional ( em São Paulo pela TV Gazeta).

Caracterizado pela sua aparência suada, sua toalhinha sobre os ombros (precursor do estilo), seu porrete que utilizava para destruir as mesas em seus acessos de fúria e principalmente seu discurso ácido e agressivo, contra tudo e todos.
Sua postura era imprevisível: ataques diretos e ofensas a políticos, à rede Globo e personalidades da mídia; agressões verbais (e algumas vezes físicas) à equipe de produção; acessos de conservadorismo e criticas aos direitos humanos de “bandidos”; este era o estilo Alborghetti...

Mas de qualquer forma, há algo que merece ser reconhecido no saudoso “Dalborga”: ele era extremamente autoral e fiel à suas opiniões (muitas vezes confusas e contraditórias, diga-se de passagem), e isso lhe custou um preço alto, pois acabou seus dias com programas na internet, pois que TV transmitiria ou que marca patrocinaria um programa em que o apresentador manda seus telespectadores à merda?

Para os não iniciados, recomendo a Wikipédia com um breve histórico do jornalista e que tem uma bela seleção de suas frases e momentos marcantes.

Selecionei também um vídeo com algumas pérolas, não recomendado para pessoas sensíveis e com início de gastrite.



Selecionei também outro vídeo com uma homenagem da banda paranaense Boi Mamão lançada no disco Ska com Pauleira (de 1995), a clássica Vagabundo .



E ainda, Alboghetti fala sobre jornalismo, sobre tv e sobre Ratinho (inicialmente seu repórter e depois clone) ao Pânico na tv:



Alborghetti: uma perda em tempos de jornalismo bunda-mole, do rabo preso, de trocas de favores, tráficos de influência e tapinhas nas costas.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SAMIAM – MINIENTREVISTA




Por Marcelo Viegas


Aproveitando a passagem do Samiam pelo Brasil, fiz uma entrevista com o guitarrista Sergie Loobkoff. Uma parte dessa conversa estará na próxima edição (142) da revista CemporcentoSKATE, e separei alguns trechos exclusivos para o Zinismo.


ZINISMO: Numa entrevista recente, você mencionou a música “Dull” (do álbum Astray). É sua música favorita?

SERGIE: Bom, eu não escuto Samiam. Creio que devo ter mencionado que é uma das minhas músicas favoritas para tocar. Mas, para ser sincero, não é o Samiam que faz a música ser legal: é a plateia, os fãs, que geralmente gostam muito desse som. Para mim, o Samiam só é legal quando a plateia é legal. Muitas vezes, se a plateia é uma merda, nós também somos uma merda. Acho que bandas mais “populares” aprenderam a fingir, e fazem um show animado independente da resposta da plateia.

ZINISMO: A letra de “Dull” fala sobre um amigo de vocês que cometeu suicídio, certo?

SERGIE: Eu acho que “Dull” agrada tanto por conta de sua letra, que é obviamente real e significa muito para o Jason [Beebout, vocalista], que era muito mais amigo do Lucky do que eu. Conhecia o Lucky há muitos anos, e gostava muito dele, mas não tanto quanto o Jason. Ele era baixista de uma banda chamada 15, que inclusive lançou um disco com o nome dele. Ele era uma pessoa muito amada na nossa área. Foi uma situação terrível, sem dúvida.

ZINISMO: Como vocês se sentem tocando essa música em todos os shows?

SERGIE: Pra ser sincero, quando tocamos essa música, acho que abstraímos um pouco o seu significado pessoal. É natural deixar de lado qualquer pensamento negativo quando estamos no palco. Apesar de sermos uma banda com muitas letras tristes, gostamos de nos divertir quando estamos tocando. Creio que muitas pessoas devem ficar confusas quando assistem um show do Samiam pela primeira vez, pois esperam ver um bando de perdedores tristonhos com ar depressivo no palco (risos).

ZINISMO: Vocês são contemporâneos de grandes bandas como Sense Field, Farside, Split Lip/Chamberlain, Texas is the Reason, Promise Ring e Sunny Day Real Estate. E a maioria delas não existe mais. Sente falta dos anos 90? Como é ser uma das últimas bandas dessa geração ainda em atividade?

SERGIE: Eu acho que isso é natural: as coisas na vida vêm e vão. As coisas mudam. Há boa música sendo feita hoje, por isso não vejo necessidade de ficar insistindo tanto no passado. Eu adoraria ver o Texas ou o Promise, mas não morreria se não os visse novamente. Vi o suficiente nos anos 90 (risos). Na nossa recente tour pela Austrália, o Bodyjar abriu pra gente, e foi incrível vê-los. E na Flórida, o Snuff tocou conosco! Eu fiquei alucinado! Foi demais! E não conseguia tirar as mãos do meu celular, porque ficava mandando mensagens para todos meus amigos, alardeando que estava testemunhando essa ou aquela música (risos)!


[Foto Alexandre Vianna – Para ver mais fotos e resenha do show do Samiam no Hangar 110, visite o site da revista OE]

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

REUNIÃO DO JAWBOX

Para celebrar o relançamento do álbum For Your Own Special Sweetheart (94), o Jawbox reuniu-se para tocar três músicas no programa Late Night With Jimmy Fallon. Dos três sons apresentados, apenas "savory" foi ao ar, mas aqui no Zinismo você confere a performance na íntegra. É de chorar, rapeize!







Aproveitem enquanto está no ar.

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

NUMA SEGUNDA FEIRA QUALQUER...

por Edu Zambetti

Gostaria muito de saber o por quê das segundas-feiras serem o marco do meu quase drama contra um insistente estado de amortecimento permanente.
Parece que as pilhas acabam, como se eu fosse um robô ou um andróide qualquer e estivesse sujeito a uma recarga rara de energia numa época em que o fim do mundo estivesse quase concluído. Neste caso, o projeto da minha carcaça e de minha máquina já estaria desbotado em um papel A2 cheio de pontos de bolor...
O primeiro protótipo (que não sou eu) seria uma forma metálica e fria, algo muito próximo do produto final, mas sem as cores, ajustes e outros pequenos detalhes que me fariam parecer real. Talvez fosse uma segunda feira triste lá pelos anos 2045 ou depois, um dia comum e lento onde qualquer um estaria se locomovendo com extrema dificuldade, pés, patas ou rodas estariam praticamente emperradas e eu, pobre criatura, ainda estaria me perguntando sobre a origem do gênio, cientista, engenheiro ou designer que haveria me imaginado, elaborado, criado e, como se não bastasse esta pergunta sem resposta, queria saber sobre quais os pensamentos e sensações dominavam o artista, mecânico ou técnico no momento em que minhas peças eram encaixadas, soldadas e parafusadas conforme aquele velho projeto.
Em meio a tantas perguntas, surgiriam as piores delas:


-Será que, antes de ficar pensando sobre quem seria o criador do criador de mim mesmo, não seria melhor questionar sobre a origem da minha capacidade de elaborar tamanhas perguntas?
-Não seria melhor que minha mente se ocupasse em saber o motivo de todas estas questões?
–Realmente não sei quem ou o que me tornou um ser, mas sei que luto cada dia para permanecer sendo, e isto é realmente importante.

O céu estaria escuro, chuva fina, guarda chuvas cinzas e coloridos funcionando perfeitamente ou precariamente, cada hora pareceria o segundo perdido da eternidade, o sentido das coisas não seria mais nítido do que as minhas questões, e uma visão coletiva e míope tornaria a razão uma dimensão inabitada. Mas o que estaria fazendo um robô como eu, na captura de pilhas novas, portando um guarda chuva quebrado nas mãos e lançando perguntas num momento próximo ao final dos tempos? Ora...Ora...Como já disse:

Estaria tentando saber o motivo que me leva a permanecer amortecido numa segunda-feira como essa...

(texto e ilustração publicado no blog “Anotações da Caixa Craniana” em 2004)

sábado, 5 de dezembro de 2009

SKETCHES FOR SKETCHES


Por Marcelo Viegas

No ano passado, comprei finalmente o “Sketches for My Sweetheart The Drunk”, o disco inacabado de Jeff Buckley. “Finalmente” porque o álbum duplo foi lançado em 1998, um ano após a morte do músico. Com o CD e a arte na mão, vem aquela parte deliciosa da experiência musical (e que representa, ao mesmo tempo, o limite do mp3), de colocar o disco pra tocar, deitar no sofá e degustar o encarte, com todos seus detalhes e revelações.

O encarte do “Sketches...”, além dos detalhes e revelações, traz também muita emoção, seja no excelente texto de Bill Flanagan, na tocante carta da mãe de Jeff Buckley, nas anotações do próprio Jeff ou através das suas letras. Para os fãs, é sem dúvida uma experiência que mistura alegria e tristeza. E, até por isso mesmo, indispensável.

Como já disse, trata-se de um álbum inacabado. Jeff estava trabalhando nele quando morreu. Já haviam se passado mais de quatro anos desde “Grace”, seu aclamado debut, e o mundo aguardava ansioso pelo novo material. Mas, a tragédia impediu que fôssemos agraciados com o verdadeiro “My Sweetheart The Drunk”. Temos os “sketches”, principalmente o disco 1, que traz as músicas mais próximas do que deveriam ser.

Sem overdubbing. Essa foi a regra definida. Com produção de Tom Verlaine (Television), o álbum não traz nenhum lado B de “Grace” ou material ao vivo. Apenas as canções que deveriam ser gravadas por Jeff e banda em junho de 97 (ele morreu em 29 de maio). Um detalhe da tragédia, que só conheci através do texto de Bill Flanagan, é que a banda iria se encontrar com Jeff justamente no dia 29 de maio. O avião que levava a banda de New York para o Tennessee estava na metade do trajeto quando Jeff entrou no rio. Quando aterrissaram, as equipes de busca já estavam trabalhando.

A mãe de Jeff tomou a decisão: nenhum material seria lançado de imediato. Ela queria um trabalho cuidadoso e bem feito, e foi isso que aconteceu. Além das sessões principais, com a banda, havia muito material bruto, gravado de modo caseiro, apenas por Jeff. Se comparado com as demos principais (do disco 1), é de fato um material bem rudimentar, mas que, todavia, representa o embrião de algumas canções que poderiam ser incluídas no álbum. Para o trabalho de ouvir e selecionar quais faixas entrariam no “Sketches...” foi convocado Chris Cornell (Soundgarden).

O disco 1 foi mixado por Andy Wallace (o mesmo de “Grace”), com exceção da faixa “You and I”, que ele achou melhor deixar como Jeff e Tom haviam mixado. Há músicas maravilhosas, como “The Sky is a Landfill”, “Everybody Here Wants You”, “Nightmares by the Sea”, “Witche´s Rave” (com sua guitarrinha à la Smiths, que Jeff adorava), “Morning Theft”, “Vancouver”… Se elas já são maravilhosas assim, com a alcunha de rascunhos, fico imaginando o que seria a gravação definitiva desse material.

O disco 2, como já foi dito, traz algumas mixagens originais (Jeff e Tom), esboços gravados em 4-tracks por Jeff, e o ponto alto é a versão para “Satisfied Mind”, música que encerrou o funeral de Jeff Buckley, e que também encerra “Sketches...”, à pedido da sua mãe. Segue um trecho da letra: “When my life is over and my time has run out / my friend and my love ones, i´ll leave them no doubt / but, one thing´s for certain, when it comes my time / i´ll leave this old world with a satisfied mind”. Pesado, não?


A MENSAGEM DE MARY

O encarte traz um texto escrito pela mãe do músico, que arrepia até o mais insensível dos mortais. Tomo a liberdade de transcrever um trecho, que sempre me emociona, e escrevo isso com os olhos marejados:

“Eu daria tudo para tê-lo aqui comigo... para ajudá-lo a celebrar o lançamento do VERDADEIRO My Sweetheart The Drunk, o álbum que só ele poderia fazer. Se Jeff estivesse vivo e decidisse apagar esses Sketches, essa seria uma perda relativamente menor. Ele poderia ter escrito centenas de músicas e feito uma dúzia de álbuns no lugar desse. Infelizmente, Deus tinha outra coisa em mente para o meu filho, e para mim”.

Para os fãs, recomendo: vale muito a pena ler esse texto na íntegra.


O BILHETE DE JEFF

Uma das coisas que a sua mãe afirma no texto, é que Jeff nunca foi um “elitista”, do tipo que gosta de compartilhar sua música com poucos. Segundo ela, Jeff tinha um imenso prazer em tocar e mostrar sua música para seus fãs (“essas pessoas que agora estão escutando “Grace” sem parar, porque é tudo que eles têm dele para ouvir”, escreve Mary). Um dos bilhetes escritos à mão pelo músico, e que constam no encarte, traz uma anotação que vai de encontro à afirmação de sua mãe.

Aqui está:




PRA TERMINAR

Por último, quero dizer que isso não é uma resenha. São apenas coisas que me agradam/emocionam nesse disco, e que quis dividir com vocês. Tomem como anotações de um fã. Um desses inúmeros fãs que colocam as músicas de Jeff Buckley para tocar no carro, com o volume no talo, e que se emociona toda vez que faz isso. Um desses inúmeros fãs que têm plena certeza que, caso estivesse vivo, J. Buckley seria o grande nome do rock mundial. Um gênio, que não teve tempo de disseminar sua genialidade.


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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

PEARL JAM DE-EVOLUTION

Não é a primeira vez que uma banda de Seattle toca um cover do DEVO, mas desta vez os caras capricharam!!!



Como disse... não é a primeira vez...



Não mesmo...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

OE NA ÁREA!


Eis a capa da primeira edição da revista OE, cujo lançamento oficial acontece hoje à noite, no Hot Hot, em São Paulo (SP). A festa terá discotecagem dos dj's Zé Gonzales, Kid Vinil, Lu Riot e Fernanda Martini, além de uma performance burlesca da suicide girl Sweetie.

No seu debut, a revista traz entrevista e ensaio fotográfico com Mayra Dias Gomes (escritora, filha do dramaturgo Dias Gomes), entrevista com o dj Zé Gonzales (N.A.S.A.), entrevista com a criadora do SuicideGirls (e ensaio com uma suicide girl brasileira), matéria sobre sneakers, garotas que usam boné, perfis do tatuador XtetéX e do desenhista Von Victor, matéria sobre a retomada do vinil, as listas do Stephan Doitschinoff, e muito mais.

Ah, e como poderia esquecer: uma matéria com Flávio Grão (nosso comparsa zinista) e sua esposa Graciene Volcov, mostrando algumas das preferências do casal!

Informações: outroestilo.com.br

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

"I WANT TECHNO!"

Jimmy Carlin, um skatista diferente.

Nesse primeiro vídeo, uma amostra do seu talento.



E nesse, da sua personalidade marcante...



Sou fã desse cara.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

BUGS – ELI, LAMA SABACHTHANI - EP

Cover

Natal. A capital do Rio Grande do Norte. A esquina do Brasil. Belas praias e natureza exuberante. O melhor e mais barato rodizio de camarão que um ser humano pode degustar. Um povo caloroso e acolhedor. Mas a capital potiguar é muito mais do que essa imagem pra turista ver. Saindo da orla e adentrando nos becos e ruas de paralelepípedo da cidade você vai encontrar com certeza muito, mas muito rock! E não é apenas do (quente!) Bar do Sol ou de festivais como o Do Sol e o MADA que eu estou falando aqui, na verdade, tem muito mais coisas rolando por lá!

Dentro de todo esse agito, com certeza um dos destaques da cena potiguar é a banda Bugs.

O Bugs surgiu como um power trio em 2002. De lá pra cá, lançou dois EP’s ( Je Suis un Révolutionnaire de 2002 e Exilio de 2006) e um full lenght homônimo em 2003. Depois de circular pelos mais importantes festivais do país, alterar a formação e até fazer um upgrade de power trio para quarteto, o Bugs que agora é Paolo, Denilton, Augusto e Dimetrius (lado [R]) lança seu terceiro EP, o abusado Eli, Lama Sabachthani.

E não foi só peso que a segunda guitarra trouxe para o Bugs. O som da banda deu uma guinada e às referências, que outrora eram The Who e MC5, somaram-se AC/DC e Fu Manchu resultando em fúria e psicodelia em doses cavalares, mas sem perder a poesia.

Os caras acertaram a mão e Eli, Lama Sabachthani é um disco desafiador. Simplesmente não tem como ficar indiferente ao ataque sonoro do Bugs. A vezes são socos no fígado, outras, viagens lisérgicas derretedoras, isso quando eles não decidem fazer tudo de uma só vez. O baixo e bateria entrosadões, parecendo uma “Hell’s Kitchen” sempre te hipnotizando como uma maldição, as guitarras ácidas, barulhentas e ainda assim com lindas harmonias sempre te corroendo e um vocal tão original, rasgado e visceral quantos as letras. Parece uma droga. Parece um livro do Burroughs que quanto mais parece te incomodar, mais viciado você fica. É um prazer sado-masoquista! E quer saber? É ótimo!!!

“Ela vestiu-se de chamas”, “Morfina” e os oito longos e barulhentos minutos de “Quarto dos fundos” traduzem bem o que eu estou escrevendo aqui.

Então, atreva-se a se desafiar! Baixe o disco do Bugs por conta e risco no site dos caras, e mantenha sempre um balde por perto, porque o Bugs VAI te deixar em estado LIQUIDO!

glub!

Bugsoficial_Live_Rafel_Passos

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

RAP PAULISTANO EM FOTOS

Rap Paulistano: Novas Vozes Velhas Verdades

Está rolando em São Caetano do Sul (SP) a expo "Rap Paulistano: Novas Vozes Velhas Verdades", do fotógrafo Nabor Jr. A mostra traz fotos de diversos representantes do rap feito na capital paulista, como KL Jay, Emicida, Rappin Hood, Kamau, Mano Brown, dentre muitos outros. A exposição acontece na Estação Jovem (rua serafim constantino, s/n, centro) e fica até o dia 30 de novembro.

domingo, 22 de novembro de 2009

IGUAL, MAS DIFERENTE!

logo-html

Não!!!

Você não errou de página!!! Esse aqui é sim o bom e (nem tão) velho Zinismo!

E apesar da balada de ontem, isso aqui também não é, por incrível que pareça, efeito do abuso do álcool e/ou outras substâncias que, por ventura, judiaram do seu cérebro!!!

O que você está vendo é o novo Lay Out do Zinismo! Ou pelo menos o começo dele!!!

Eu fiquei brincando essa madrugada de editar o html do template do Blogger aqui e ali e nem mesmo meus comparsas zínicos viram o resultado, então talvez apareça uma ediçãozinha ou outra mas pouca coisa!

O novo lay out tem o foco todo no texto do post o que facilita pra todos nós!

Então é isso! Espero que gostem e podem deixar seus pitacos nos comentários também, afinal, são vocês que mandam!!!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

SHOW DE REUNIÃO DO I.M.L.

E eis que o I.M.L., uma das bandas mais importantes do underground brasileiro anos 90, anuncia um show de reunião. O motivo é nobre: comemorar os 20 anos do começo da banda. O show acontecerá nesse domingo, dia 22/11, no Espaço Impróprio (São Paulo, SP). Imperdível!

Um pouco de história

Os mais jovens provavelmente nunca ouviram falar do I.M.L. (sigla que significa Intense Manner of Living). Os caras lançaram demo-tapes que marcaram a geração que acompanhava o cenário independente no começo da década passada, participaram da lendária coletânea "Fun, Milk & Destroy" (Devil Discos, 94) e tocaram nas principais casas e festivais do período, como o JuntaTribo (Campinas) e o BHRIF (Belo Horizonte).

[foto: IML no JuntaTribo]


A formação clássica da banda paulistana era um quarteto, com Paulo (vocal), Xan (guitarra), Cláudio (baixo) e Flávio (bateria). Se você não reconhece os nomes, aí vão algumas dicas: Xan é o mesmo que depois montou o Echoplex, a Bigorna e recentemente o Caballero; Cláudio é o do Diagonal; e Flávio é o batera do Forgotten Boys. O I.M.L. foi o começo da trajetória dos três. I.M.L. que no início chamava-se Hellraiser, e que adotou a sigla numa homenagem ao DRI. I.M.L. = Idiotas, Medíocres e Loucos. O significado e nome oficial, Intense Manner of Living, veio um pouco depois.

Com a evolução sonora da banda, músicas mais lentas e trampadas, sentiram necessidade de uma segunda guitarra. Cláudio ocupou esse posto, e para o baixo convocaram o Marcílio (que depois tocou no Againe). O último show da banda foi em 1995, abrindo para o Shelter. Depois disso mudaram de nome, adotaram Intense. Durou em torno de um ano e meio essa fase. Com algumas mudanças na formação (já sem o Paulo e o Marcílio), montaram o Page 4, cuja sonoridade pode ser conferida na coletânea "Some Songs, Some Places, Some Feelings", primeiro lançamento do selo Submarine, em 99.

Com o fim do Page 4, começa uma nova fase, com cada um seguindo seu próprio rumo. Xan e o Echoplex, Cláudio e o Diagonal e Flávio no Forgotten. Da formação clássica do I.M.L. (que estará reunida para o show de domingo), apenas o Paulo não está com banda. Mas trampa com música: ele tem uma produtora chamada Gato Negro, e é o responsável pela agenda de nomes sagrados do samba de raiz, como Demônios da Garoa, Germano Mathias e Dona Ivone Lara.


[capa e contracapa da demo de 1994, "cultural intersection in a hardcore band"]

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MIKE PATTON, VOCALISTA DE VANGUARDA?

Quando o Faith More estourou na MTV no início dos anos noventa com a clássica EPIC muita gente ficou com o pé atrás com a banda.

Recapitulando: Não existia internet e as informações eram escassas, passadas de boca em boca, por revistas (nem sempre confiáveis), pela própria MTV e às vezes por fanzines (muitas vezes confiáveis).

O pé atrás se deve ao fato de que na época o som que começava a bombar na rádio era o tal do funk metal representado pelos californianos do Red Hot Chilli Peppers que lançavam seu quarto disco que enfim caia nas graças do grande público. Já o Faith no More era uma incognita, pouca gente sabia de onde eles surgiram, seria mais uma farsa arquitetada pela midia? Uma banda oportunista (quem se lembra do Ugly Kid Joe)? Na verdade parece-me que na época o então VJ da MTV Gastão Moreira fez um esforço pessoal para fazer com que o público tivesse acesso ao Faith no More e como percebemos ele teve grande êxito nesse feito.

Julgamentos à parte, neste saudoso tempo ninguém conseguiu ficar indiferente ao disco The Real Thing. Enquanto alguns torciam o nariz à mega exposição involuntária da banda e não prestavam a merecida atenção (eu por exemplo) o Faith no More caia nas graças da maioria.

Mas nada como um disco após o outro, e os discos que seguiram The Real Thing mostraram que a banda “era de verdade” e que tinha muito a mostrar. Assim o Faith no More delineou e mostrou muitos caminhos que poderiam ser seguidos (e foram como por exemplo por algumas bandas de New metal) pelo Rock no final dos anos noventa e também nos chamados anos 00 (ok, não eram mais uma banda de funk metal).

E hoje, dezoito anos depois (com razoável distanciamento) do boom de The Real Thing conseguimos avaliar um pouco da importância do Faith no More e da emblemática figura que dá nome a esta semana temática: Mike Patton. Na minha opinião, uma das coisas mais interessantes em tudo isso é analisar o modo como ele conduziu sua carreira enquanto cantor por suas diversas bandas e projetos.

A impressão que se dá, é que o Faith no More, apesar de ser sem dúvida extremamente inovador em termos musicais, apresentou apenas uma pequena parte do potencial do vocalista Patton (lembremos que uma banda tem vários membros e que sempre há de se chegar a consensos para que ela possa continuar a existir).

Já quando observamos os projetos de Mike Patton (Fantomas, Mr. Bungle etc) percebemos a manifestação de uma verve de “pesquisador” ou “explorador vocálico”, que pode ser desenvolvida praticamente sem limites. Nesses trabalhos mais autorais, Mr. Patton se aventurou por diversos lados em que se sentiu a vontade (ou não), explorando ritmos, limites, estilos, tempos e estética. Tudo isso se encaixa na perfeita definição do que conhecemos como Vanguarda.

Um exemplo desta exploração (ou busca) enquanto vocalista pode ser vista neste video, quando Patton participou do disco da cantora Bjork Medulla (gravado só com timbres vocálicos) em 2004



Por estas Mike Patton, como poucos, traz sentido a afirmação de que a voz “é um instrumento musical”.

Acompanhando a tendência estabelecida nessa semana zinista também colocarei um vídeo de um projeto de Patton que gosto, o Lovage.

O Lovage lançou um único disco em 2001 (Music To Make Love To Your Old Lady By) e segue a linha do que se convencionou classificar como Trip Hop. Nesse projeto Patton conta com alguns parceiros, como a também vocalista Jennifer Charles (da banda Elysian Fields), e o produtor Dan Nakamura e o DJ Kid Koala. O álbum (como você pode imaginar através do título) é um passeio divertido por diversas facetas do ato sexual: encontros em trens, sadomasoquismo, traição e outros tipos de fantasia, o melhor é que o som é muito estiloso.



E depois de todas estas informações desta semana, só nos resta aguardar:
-E qual será a próxima de Mr. Patton?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

FAITH NO MORE NA ESTANTE DE LIVROS



Faith No More: The Real Story por Steffan Chirazi, Penguim – Reino Unido.

Este livro tem 15 anos desde que saiu do forno e, como é de se imaginar, conta a história dessa banda até o ano em voga. Cita todas as formações, apresenta entrevistas, discografia e mais uma penca de fotos e outras "picuinhas".

Se tu é fã do Fié No Morris há algum tempo, apenas terá o trabalho de confirmar algumas histórias e confusões que ecoaram ao longo dos anos desde a fundação. E por sua vez, galerinha da nova escola pode se informar sobre certos “causos” que não encontra-se na Grande Rede.

Como sou fã de livros “musicados” recomendo até o osso, mas não vou deixar nada mastigado. Procure mais infos na Internet e, se possível, torne sua estante de livros mais “funk metal”.




Luz,

terça-feira, 17 de novembro de 2009

NENHUM GLAMOUR NO FAITH NO MORE

por Edu Zambetti (e sua memória que não falha)



Nenhum Glamour. O Clube Atlético Aramaçan receberia em seu palco nada mais, nada menos do que o Faith No More (FNM), banda que estava em evidência na época, tanto pelo estilo caracterizado pelas misturas de funk com rock pesado e adjacentes (tão desgastadas hoje sob o rótulo de "Funk Metal" e tão cativantes naquele início de anos 90) quanto pela sua exposição na mídia, sobretudo na MTV, Rede Globo e revistas especializadas além, sem dúvida, de ter um extraterrestre como vocalista.



Já tinham dado o ar da graça no Rock in Rio(isto explica o certo foco da Globo) em 1991 e acabaram voltando no mesmo ano para pequena tour do excelente "The Real Thing", disco que consagrou a banda, primeiro album com os vocais extrasensoriais de Mike Patton e produzido por Matt Wallace (Andy Wallace veio bem depois). Entre os locais para as apresentações incendiarias estava o tal clube atlético. O dia escolhido foi 22 de setembro e o show contou com quase todos os sons do álbum em questão, alguns resquícios dos álbuns anteriores e uma música nova apontando para o futuro que estava sendo plantado. E agora... Música nova, disse Mike, em português arrastado, com aquela dificuldade típica dos gringos... Claro que isto aconteceu passadas seis ou sete músicas, mais precisamente logo após terem agraciado o público com "Falling to Pieces"...a música nova entraria no álbum "Angel Dust" com o título de "RV".



Antes de o FNM entrar no palco, o público que estava no Aramaçan havia repudiado a banda de abertura, muito mais pelo fato de ter um ex-Menudo como vocalista do que pela falta de qualidade sonora, se bem que ninguém ali estava para ver aquilo, muitos deram as costas para o...Como era o nome da bandinha mesmo? Sim, sim...Maggie’s Dream do vocalista Robbie Rosa.



O Show do FNM inicia com "From Out of Nowhere" e logo Mike Patton dá as caras com um figurino certamente inspirado pelos trombadinhas da época, com toquinha indefinida na cabeça, camisa vermelha amarrotada e bermudão surrado, porém, isto somava inexplicavelmente bem com sua presença de palco, havia uma sintonia perfeita entre sonoridade, voz e performance e o som pesado da banda não atingia o lado agressivo do público, atingia sim uma memória ávida por dança, por alegria, aventura...A bateria tribal, marcante e forte somava concretamente com o contrabaixo quase irritante que martelava e atacava...O peso definitivo vinha com a guitarra de sonoridade grave, porém ardida,cavernosa, agressiva, metálica e a parte mágica vinha com o timbre hipnótico dos teclados desembocando na euforia, atitude, peripécia e versatilidade vocal de Mike Patton.

Como se fosse hoje, vejo um Aramaçan tomado por um ar de coisa verdadeiramente interessante acontecendo...FNM seguiu com louvor um setlist de quinze músicas e mais três definidas para o Bis. Em Epic, primeira e eficiente música de trabalho do disco "The Real Thing", quando o piano fica em evidência perto dos compassos finais, Mike escolhe uma garota do público, arrisca uns passos de dança com ela e a presenteia com um rápido beijo sob aplusos e gracejos dos fãs. Vale lembrar que, das músicas dos discos anteriores, uma pelo menos era conhecida por um seleto grupo..."We Care A Lot" ...as outras passaram sem atrapalhar...



Já no bis, "War Pigs", excelente cover do Black Sabbath, foi a música final...

...Não havia Glamour...não era preciso.





segunda-feira, 16 de novembro de 2009

UMA CASA, FESTAS, VÍDEO DO MR. BUNGLE E GENERAL PATTON NO ATAQUE!

Eu não vou saber precisar o ano que isso tudo rolou. Foram tantas as festas na “Playstereo” que não tem como querer que meus pobres neurônios responsáveis por datas tivessem sobrevivido a tanta esbórnia!


A tal Playstereo era uma casa ali no bairro da Saúde em São Paulo (e também uma loja na Galeria do Rock, mas isso é outra história!). Na casa moravam oficialmente Rafael Crespo (Planet Hemp/Polara/Spicy Records), Fábio “Parteum” Luiz (Styllos!, mzuri sana, + uma marca com o Fabio Cristiano e o Roger Mancha que eu não lembro o nome!) e ainda Marcelo Fusco (Againe/Objeto Amarelo/Trezeta Distro) e depois sua esposa Cris, mas sempre tinha uns agregados como o Charlie Lorenzi desde Buenos Aires (Killer Dolls) e David Sinclair from Califórnia (Gardener). Além de goma oficial dos caras, a casa também servia de conglomerado empresarial e sediava o escritório dos selos Spicy, sHort e Playstereo, escritório da distro Trezeta, escritório da marca do Fábio, estúdio, e claro, pico para memoráveis festas!!!


Nessas festas, sempre que o grau etílico da galera chegava no ponto ápice tudo se resumia a assistir dois vídeos: o “Rock and Roll Circus” do Rolling Stones e um show do Mr. Bungle, a outra banda do general Patton tema dessa semana temática espontânea, que era algo surreal pra gente na época! É claro que a gente assistia uns 300 vídeos antes, mas sempre acabava nesses dois, e meio que nessa ordem porque o show do Mr. Bungle era TENSO!


O Mr. Bungle pra quem não conheceu era uma banda experimental que ia do jazz ao death metal em segundos e com uma classe inigualável! Agora, junte músicos excelentes e insanos, macacões, máscaras digamos, mezzo terror, mezzo sado-maso (o show é de 92 portanto o Slipknot devia estar na platéia e olha lá!!!) e coloque o General Patton com sua voz “eu-faço-o-que-eu-quiser-com-a-garganta” e sua fúria e loucura: o resultado é bombástico!


O show começa e conforme os climas das músicas vão ficando mais obtusos, mais a tensão entre Patton e seus fieis seguidores aumenta, a coisa vai esquentando e o que era o auge para os expectadores dos vídeos na festas da Playstereo acontecia: as vias de fato! Patton sobe nos PA’s. Um fã tenta subir e Patton o empurra. Um fã dá uma sapatada (?) em Patton, outro tenta subir e leva uns tapinhas. Os fãs começam então a tentar puxar Patton pra baixo, ele olha, e não tem dúvidas do que fazer!


O Viegas achou o vídeo semana passada, então, divirtam-se como a gente se divertia na Playstereo!



Como o Viegas também era um dos envolvidos com a Playstereo e principalmente com a história desse vídeo, eu até o convidei para escrevermos algo juntos aqui. Tanto pelo conhecimento de causa como pela minha admiração pelos textos dele, mas não deu, de qualquer forma, ele faz uma réplica nos comentários com certeza! Não é Viegas?

sábado, 14 de novembro de 2009

ANONYMOUS OU A TRILHA SONORA DE UM FILME DE BANG-BANG ÀS AVESSAS


Por Marcelo Viegas


Eu posso mentir ou falar a verdade. Mentindo, eu posso dizer que Anonymous é simplesmente o novo disco do Tomahawk. Mas se eu preferir a verdade, então eu teria que dizer que se trata da trilha sonora de um filme indígena imaginário. Indígena, pois o “cara pálida” nele é vilão. Imaginário, pois esse filme não existe. Ou melhor, existe apenas nas cabeças de Mike Patton, Duane Denison e John Stanier.

Tomahawk é um dos inúmeros projetos/bandas de Mr Mike Patton, aquele mesmo que - à frente do Faith No More - botou o Guns n´ Roses no bolso naquele histórico show do Rock in Rio 91.
E antes que me perguntem, eu prefiro a verdade.

O veredicto, portanto, é: Anonymous é a trilha de um bang-bang às avessas. A perspectiva nele é a perspectiva das vítimas. Mas sem vitimização. Com orgulho, bravura, cabeça erguida...

1. war song
2. mescal rite 1 (sugestivo, né Ideia?)
3. ghost dance

No começo (do disco e da história) há a preparação para a batalha. Os rituais, cânticos e batidas que buscam a elevação do espírito e o condicionamento físico/psicológico para o derramamento de sangue.

4. red fox
5. cradle song
6. antelope ceremony

De repente parece que estamos ouvindo a trilha caótica/cibernética de um desenho do Pica Pau ambientado no faroeste. Mike Patton não solta a voz, e nem os freios da banda: tudo a seu tempo... Dá angústia esperar pela “explosão” que pode ou não acontecer. Mike Patton não quer exibição gratuita. Ele já teve isso. Todos sabemos do que ele é capaz. Hoje sua voz está a serviço de algo maior: da música, do disco, da história, do filme.

7. song of victory
8. omaha dance
9. sun dance

Cabeças rolam. Escalpe. “Sangue branco”, sangue impuro. Patton dá dinâmica a batalha com seu vocal insano... Os guerreiros retornam a aldeia. Haverá uma noite de celebração. Espíritos brincam no céu, crianças brincam em volta da fogueira.

Mike solta a voz. Parece new metal o refrão, mas aí eu lembro que foi ele que inventou essa porra no Angel Dust. Ele pode. Deixa o menino brincar...

Num determinado momento aparece uma dúvida: os brancos invadiram a aldeia para revidar ou é apenas uma celebração exagerada, com mescal em demasia?

Paira a dúvida.

10. Mescal Rite 2
11. Totem
12. Crow Dance

Mais um dia amanhece. O cheiro do mato, o barulho da água do rio. A sensação de que a vida é boa e continua. Sempre continua... Outras batalhas virão, outras doenças virão, outras vitórias virão, outras derrotas virão, outros filhos virão. Sempre há vida. Porque sempre há amanhã.
Tem algo oriental no ar, como num filme do Tarantino, que mistura as referências e confunde o expectador.

E mais mescal. Um segundo ritual. Preparação para outra batalha? Mike capricha nos graves de sua voz. O mantra ressoa e parece anunciar algo... para o bem ou para o mal.

Mas tudo fica claro: são os cânticos pelos mortos. As tristezas que sucedem mesmo após a mais gloriosa das vitórias. O ritmo acelera e de repente você se pega batendo os pés e dançando em círculos... Como os nossos ancestrais...

13. long, long weary day

O disco chega ao fim. O filme chega ao fim. Um dedilhado triste e solitário destoa do resto do disco... é a única canção que não faz referência ao universo nativo estadunidense.

Créditos sobem.
Silêncio.
Final.



Obs. Mike Patton conseguiu surpreender mais uma vez. Filho da puta!

*essa resenha é dedicada ao amigo Fábio A, discípulo da seita Ipecac e difusor de idéias subversivas em geral.

[Texto originalmente publicado no fotolog /o_livro em 29/05/07]

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

SEMANA TEMÁTICA ESPONTÂNEA: MIKE PATTON




Inspirados pelo post anterior, da antológica entrevista com Mike Patton em 1991, decidimos fazer um processo inverso dessa vez: ao invés de estabelecer um tema previamente, foi o tema que se autoestabeleceu. Agora cabe a cada um de nós fazer sua parte para contribuir com a sensacional SEMANA TEMÁTICA ESPONTÂNEA: MIKE PATTON.

É desnecessário, nessa altura do campeonato, listar os feitos do artista que o credenciam a tal reverência. Ele merece, e ponto final.

Esperamos que tenha gostado da entrevista e que aproveite um pouco das nossas opiniões, histórias, fatos, mentiras e boatos sobre o General Patton.

Bom apetite.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ENTREVISTA HISTÓRICA

Essa é velha, mas ainda vale a pena. Sabe como é, piada boa não envelhece nunca. A histórica entrevista de Zeca Camargo com Mike Patton, em 1991. O General Patton estava afiado e inspirado, e o jornalista teve que rebolar. E muito...

parte 1 - "oi, sou rosane collor"



parte 2 - "I wanna know"



parte 3 - "like an asshole"




Aproveitando o momento Mike Patton, esse aqui também é muito engraçado. Mas se você gosta de Wolfmother, melhor não assistir...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ENTREVISTA DANIEL MELIM e EXPOSIÇÃO DE ARTE URBANA NO MASP

Saiu a nova edição da revista +SOMA com uma entrevista que fiz com o artista urbano Daniel Melim. Você pode ler através do link no seu computador ou retirar a sua versão de papel gratuitamente em um dos postos de distribuição.



Aproveitando o tema adianto que no dia 20 de novembro começará uma exposição no MASP com seis artistas urbanos organizada pela galeria Choque Cultural: Titi Freak, Zezão, Carlos Dias (ASA), Daniel Melim, Ramom e Stephan Doitschinoff (CALMA).

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

NOVA GERAÇÃO DO SKA BRASIL

Por Edu Zambetti

No final dos anos 90 podia-se ler em conceituadas revistas e em outras tantas publicações, várias matérias elogiando e ao mesmo tempo elegendo o ska como o ritmo do verão brasileiro daquela época.



A gravadora Paradoxxx havia mapeado diversas bandas do estilo resultando na compilação Ska Brasil (Skarnaval) levando as bandas participantes a mostrarem seu trabalho por diversas cidades do país numa verdadeira Skaravana de música e diversão...sem contar que algumas faixas desta “third wave” brasileira chegaram a emplacar nas rádios...(leia matéria de 07/01/98 da revista veja)...


Sem dúvida, nem tal compilação, nem tantas outras empreitadas a favor do ska e suas vertentes ao longo destes anos todos o tornaram um ritmo popular em nossa terra...E não vale falar que todo mundo conhece a música “Ska” dos Paralamas, pois a massa chama isto de pop rock, não há consciência do que se trata na realidade.



Hoje, praticamente na reta final de 2009, o mundo virtual nos revela um movimento quase espontâneo acontecendo em torno deste ritmo no nosso país.
Seria o novo Ska Brasileiro?
Haverá o reconhecimento merecido?
Romperá barreiras?
Estará preso aos erros do passado?
Ao invés de responder estas questões como numa tese de boteco, que tal dar uma conferida no que há de mais interessante nesta, digamos, apenas digamos por hora...

...NOVA GERAÇÃO DO SKA BRASIL

Peixoto & Maxado

Peixoto e Maxado Teaser from Felipe Machado on Vimeo.



http://www.myspace.com/peixoto.maxado

São Paulo Ska Jazz



OBMJ – Skabrazooka



http://www.myspace.com/obmjska

Roto Roots



Extra Stout



Brasilites




E que não seja apenas...
O Som do Verão...

sábado, 31 de outubro de 2009

TREMEI, PADRES



Until The Light Takes Us. Um documentário sobre a cena Black Metal da Noruega. Igrejas em chamas, assassinatos, só coisa amena... Nem vou falar muito, é um daqueles filmes da lista "tem que assistir".

obs. o fita na cadeia, Varg Vikernes, é o cara do famoso Burzum. Ele foi preso pelo assassinato do tal do Euronymous, do Mayhem, um dos cabeças do Inner Circle e, portanto, do próprio Black Metal norueguês. Ou seja, o cara foi preso por matar a facadas o líder satanista da parada. Vai vendo... Ah, e o Varg foi solto esse ano.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

BUCHADA


Buchada é um grande amigo, e tem uma grande barriga. Já fora maior, como nos tempos da faculdade. Comia e bebia qualquer coisa - desde que em grande quantidade - e logo em seguida dormia. Feito um porco.

Na mesma época da barriga grande e da faculdade (ah, ele também trampava na faculdade. Estudava de manhã e trampava à noite. À tarde comia, bebia e dormia. Curava a ressaca, portanto, na faculdade) costumava comer umas gordinhas. Elas também estudavam na faculdade. E achavam legal trepar com o Buchada. Não juntas, separadamente, é claro.

Buchada descreve os fatos: "Eu não gastava nada; comprava 6 cervejas e ia bebendo. Quando a gordinha chegava para me encontrar eu já estava bêbado. Às vezes sobrava metade da última garrafa e eu oferecia um gole... quente."

É claro que ela não aceitava.

Fico imaginando o Buchada peladão no motel, em pé na cama, a pica mole balançando sem muita animação, braços para o alto gritando bestamente como alguma daquelas bandas crust da Finlândia que ele tanto gosta.

É claro que ela pagava o motel. O motel, a comida e a bebida. E logo depois ele dormia. Feito um porco.

Hoje ele é um empresário sério e quase-careta. Mas de vez em quando encontra seu amigo Roleta e aí toda danação recomeça.

Como num bom pesadelo.


[Conto antigo, publicado no fotolog /satan_sapuak em março de 2004]

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

RAMONES DAY EM CURITIBA




Curitiba prepara-se para receber um evento interessante e algo inusitado: o RAMONES DAY. 15 anos após o show dos Ramones na Pedreira Paulo Leminski (tradicional casa de espetáculos ao ar livre na capital paranaense), os fãs organizam esse evento que vai contar com show da banda Ramones For Fun, discotecagem (Neto, Paulo Vox e Mauricião), exposição e venda de material raro, entre outras coisas. O Ramones Day acontecerá no dia 12 de novembro, às 21h, no Vox (Rua Barão do Rio Branco, 418). A mesma data do show de 1994...

CONFIRMADO SAMIAM

terça-feira, 20 de outubro de 2009

NOSTÁLGICO HOJE

Por Edu Zambetti

Quase não percebo a passagem do tempo... Sim, é uma frase séria. Não me espantaria se, por qualquer motivo, o tempo fosse efetivamente considerado como um “eterno agora”, sem antes e sem depois, sem ontem e sem amanhã. Neste caso, talvez a humanidade começasse a viver um “Nostálgico Hoje”, algo parecido com o que costumo viver. Seria bom? Seria ruim?Realmente não sei... Não percebo com nitidez a passagem do tempo, mas disfarço bem e o Zinismo faz parte deste processo.

Zinismo é papel virtual, xerox pixelizado e colagem digital, é transmissor e receptáculo das mentes que ocupam as cabeças que brilham diante do monitor enquanto seus donos escrevem, postam e disseminam as idéias mais diversas e com as abordagens necessárias ou, no mínimo, diferenciadas do comum. Zinismo é nosso Fanzine, ou Zine, é cinismo e outros ismos mais... Virtual sim, mas não difere da realidade dos seus colaboradores. Gostos, anseios, buscas e descobertas são compartilhadas tanto na roda de amigos quanto nas páginas da blogosfera zínica de maneira equivalente. Equivalente também é o ‘“zinismo.blogspot.com” se comparado a outros fanzines de papel confeccionados por qualquer um desta confraria; recursos e mecanismos diferenciados mas idéias e convicções críticas e pulsantes como sempre. As músicas, os filmes, os escritores, os contos, os argumentos, os apontamentos, as críticas, os elogios, as ilustrações seguem a mesma trilha em busca da diversidade como sempre seguiram, tudo acrescido dos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos por tais mentes diante de sua realidade, ou, no caso, diante deste “eterno agora”.

Como sintetizou muito bem Flávio Grão nas primeiras letras do Zinismo:

"Zinismo é um blog coletivo, autoral e independente formado por uma confraria de fanzineiros separados pela distância física e aproximados pela era digital."

E sabe que tal distância física ficou bem reduzida com o passar das postagens?

...com o passar das postagens...

Epa! Acabei de encontrar uma unidade de tempo dentro do meu “Nostálgico Hoje”!



Zinai-vos!