segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA RENATO DONISETE - FANZINE AVISO FINAL



Uma das características mais marcantes dos FANZINES é sua curta duração, difícil encontrar um que dure cinco, seis anos. Na contramão desse paradigma está o AVISO FINAL que completa em 2010 seus 20 anos. Aproveitando a nobre ocasião, o ZINISMO entrevistou o pai da criança, Renato Donisete, que merece toda nossa reverência!

O AVISO FINAL zine surgiu em 1990 idealizado pelo professor de educação física Renato Donisete Pinto, 37 anos, morador de São Caetano do Sul. Sua primeira edição (na época # 0) foi lançada em setembro daquele mesmo ano no projeto Rock in Rua em Santo André com shows com as bandas DZK e Insulto Oculto. Desde o início a proposta foi divulgar o trabalho musical das bandas punks da região do ABC paulista. Por suas páginas passaram bandas novas (como Leptus Pyróze, Sobreviventes do Aborto, FDS, etc) e bandas já consagradas (como Cólera, Garotos Podres, etc). Durante os primeiros anos o zine teve a preocupação de resgatar a memória de bandas extintas da região.

Foram feitos levantamentos históricos dos grupos Ulster, Hino Mortal, Varsóvia, Brigada do Ódio e Síndrome de Down. Alguns grupos internacionais também tiveram destaque na publicação. Foram feitas entrevistas com os italianos do This Side Up, os americanos do Rhythm Collision e matéria com os suecos do Wolfbrigade.

Durante o ano de 1996 o zine foi distribuído em Portugal pelo fanzine luso OVER12, num intercâmbio que envolvia os 2 zines. Em 1998 foi idealizada uma cooperativa que englobava 6 bandas da região, o zine, o artista gráfico Umberto Darós (criador do logo do Aviso Final), o fotógrafo Amarildo Corrêa e os selos ABC Records e Rasura Records. Dessa forma foi lançada em novembro a COLETÂNEA AVISO FINAL com os grupos FDS, Ação Direta, Censorshit, Overlife, Negative Control e Hino Mortal. Numa tiragem limitada de 500 cd´s este trabalho foi parar em Portugal, EUA, Alemanha e França, com críticas bem positivas da imprensa especializada.

No período de 2000 à 2003 o zine ficou disponível na Internet. No ano passado voltou a ser impresso, depois de vários pedidos. Em 2006, para comemorar os 15 anos do AVISO FINAL ZINE foi lançada a segunda coletânea, desta vez com as bandas punks DZK, Ação Direta, Gangrena, Aviso Final, FDS, Rebeldia Incontida, Leptus Pyróze, Insulto Oculto, Síndrome de Down? e Hino Mortal. Anexo ao cd um fanzine com o histórico destas bandas. Esse cd teve o objetivo de resgatar o trabalho destes grupos (alguns inclusive já acabaram) e divulgar um pouco o grito de insatisfação desta geração de filhos de operários do ABC paulista.


ZINISMO: Como foi seu começo com os fanzines?

RENATO: Comecei com esta história de fanzines em 1989. Já era um apreciador de fanzines neste tempo. Era colaborador do zine Mundo Underground da Vila Prudente. Depois de um tempo comecei a ficar insatisfeito com uma série de coisas; então, o Laércio Gonçalves na época guitarrista da banda Insulto Oculto falou o que fazia tempo queria ouvir: "Porquê você não faz um zine?". Em poucos meses estava lançando a edição número zero no show do próprio Insulto Oculto em setembro de 1990, no projeto Rock in Rua em Santo André. Neste show eu conheci o locutor e apresentador Miguel Anselmo, juntos fizemos uma única edição do zine TodaTribo em 1991. Este fanzine abrangia outros estilos musicais do rock.

Você já faz fanzines há duas décadas. Neste meio tempo surgiu a internet e muitas coisas mudaram na cena underground. Como você encara o papel dos fanzines em meio a estas mudanças? E atualmente?
Muita coisa mudou nestes 20 anos. Principalmente o avanço tecnológico, que nos favoreceu bastante. No começo os fanzines eram datilografados com colagens, xerox reduzido, etc. Hoje em qualquer micro você consegue fazer uma diagramação legal. Nesta brincadeira surgiu a internet e mudou tudo...Eu preferi manter o zine no formato impresso. Acho que tem até um fetiche de folhear, colecionar, etc. É como o LP, você coloca na vitrola, folheia o encarte, etc.Tem todo um ritual. Muita gente migrou para net, com blogs, fotologs, sites muito bons e conteúdos fantásticos. A informação acaba circulando muito mais rápida. Só que é tanta informação que muitas vezes não conseguimos digerir e fica um negócio cansativo. Neste tempo todo, especificamente com relação a cena- que aliás eu questiono se existe realmente -apareceram modismos, muitas coisas avançaram e houve diminuição de radicalismos e etc. O que eu posso afirmar que tudo que tinha uma verdade por trás continua aí. Veja o Ação Direta, o DZK e um monte de gente que continua na batalha e consegue manter esta cena (?) viva. Atualmente vejo com bons olhos o pessoal se organizando, fazendo festivais e fazendo as coisas acontecerem. Um exemplo é o belo trabalho do Cidadão do Mundo aqui no ABC. Eles promovem shows, festivais, oficinas, possuem uma web rádio e movimentam este cenário cultural. Isto é muito bom!



Um fator que faz muitos fanzines acabarem é o financeiro. Como tem feito para manter a longevidade do Aviso Final?
Com o apoio de selos e lojas que nos dão a maior força! Aproveito o espaço para agradecer o Marcelo da Absurd Records e loja Extreme Noise, o Xinês da Corsário Discos e loja Garimpo Cultural, o Alexandre da Cut Throat e o Carlos da Sensorial Discos. Além de gente como o Renan da Terrotten Records, Sérgio da No Fashion, Boka da Pecúlio que dão a maior força na divulgação. Sem eles não teria atingido a tiragem dos 1000 exemplares por edição. Além, é claro, do pessoal que escreve e manda selo. Nos dias de hoje ponho pouco menos dinheiro do bolso...

Um lance que está intrinsicamente ligado aos fanzines são os chamados "amigos de carta". Como funciona o lance seu com as correspondências, escreve todo dia? Sua caixa de correio fica entupida?
Hoje em dia nem tanto, afinal temos o e-mail para agilizar as coisas! No final dos anos 90 tive que abrir uma caixa postal, pois chegavam muitas cartas, cds e etc no meu prédio. O porteiro brincava que eu era o recordista de cartas. Recentemente, no 1º ENCONTRO DE ZINEIROS que aconteceu na loja Combat Rock, tive o privilégio de encontrar pessoalmente o Ricardo Knipl, que veio de Limeira prestigiar o evento e com o qual há muitos anos trocava correspondências. Este tipo de coisa é extremamente gratificante e é o que me mantém fazendo zines.

Se pudesse fazer uma lista com cinco grandes momentos (ou matérias) do Aviso Final, o que selecionaria?
Nestes anos eu destacaria o lançamento das duas coletâneas em cd com as bandas do ABC paulista e a repercussão que elas tiveram (resenha na Alemanha, EUA; tocaram na rádio italiana, etc). Gostei bastante da entrevista que fiz com o Português dos Garotos Podres quando voltaram da turnê européia. Cito também as conversas com o Xinês do Excomungados, o Fofão do Besthöven, o Dario Adamic da banda italiana This Side Up, o Gepeto do Ação Direta; e a inusitada entrevista com a Karina, garota de programa de luxo. Recentemente tive a felicidade de ganhar uma camisa e adesivos do Aviso Final feitos pelo grande amigo e zineiro Job Fernando. Desculpe, mas é muito difícil destacar só cinco grandes momentos...



Para terminar gostaria que você indicasse bons fanzines de papel que são feitos na atualidade para os leitores do ZINISMO.
Bom, muita coisa legal tem surgido com uma diversidade de temas imenso. Os que tenho mais curtido: Karta Bomba zino do Job Fernando (kartabombazino@yahoo.com.br), o Baskulho da Samanta Ribeiro (histeria_zine@yahoo.com.br),Visual Agression do Ricardo Chakal (ricardothrasher@hotmail.com) Spellwork da Thina (tinacurtis11@yahoo.com.br). Zine Zero Três dOs Cigarristas Jurema Barreto e Zhô Bertholini (acigarra@ig.com.br), FanzinEX do Xinês (excomungados@ig.com.br). o NFL zine do Hamilton Tadeu (nflzine@hotmail.com), e por fim, o Velho Rabugento do José Edílson (velhorabugento@gmail.com). Aproveito o espaço para divulgar o livro “Imprensa Alternativa do ABC” da Olga Defavari que trata muito bem da história dos fanzines na região. (olgadevari@yahoo.com.br) Vale muito a pena conhecê-lo...

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA THE BARFLY SURFERS



Boqaa: Vamos começar logo?
Japa: É, o lance agora é tocar e divulgar do jeito que der.
Matel: Já esta disponível aí o CD!

B: Que linda tarde de apuração do carnaval, não? E nos quesitos: Surf, erva & cerva, safadeza e psicodelia, estes surfistas que não sabem nem andar na rua como seres humanos convincentes tiram nota dèeeeeeeiz!

M: Quesito tiração de onda. Notaaaa: déeeeez.

Estamos com os THE BARFLY SURFERS, uma das gratas surpresas do cenário rock nacional, formada por membros (e ex-membros) de tantas outras bandas como Merda, Morto Pela Escola, Skape, Jesse Go, Macabra, The Donnyzets, Attack Bastards e por aí vai. Nos contem como começou a parada?!

J: Vamos lá...

M: Japa começou os trabalhos

J: Então quando mudei pra SP descolei uma viola e em minhas noites enfumaçadas ficava fazendo uns sons. Chegou uma hora que o violão "ficou pequeno", queria mais barulho. Primeiro chamei o Gustavo e começamos a fazer uns sons. Mas não sou guitarrista, nem baixista. Então chamamos o Matel e me desloquei pra minha função original.Começou assim, nada muito extraordinário.

E nesse começo do The Barfly Surfers, o som já tinha essa sonoridade apresentada no disco de estréia: "Surf Trash Attack!"?

M: Acho que tem influências de todos os lados

J: A idéia foi sempre ser sujo e barulhento, nisso as coisas não mudaram muito. A diferença é que com a entrada do Matel, agora temos um guitarrista de verdade. E ele traz um lado mais técnico que o Gustavo e eu não temos.

M: Haauhahuahua

Como foi a gravação de "Surf Thrash Attack"? E o que mais piraram e o que mais acharam que podia melhorar?

M: Pirei na performance. Ao vivo é sempre mais gostoso, digo gravar ao vivo...

J: Foi uma gravação bem tranqüila. Como demoramos pra gravar sabíamos já o que queríamos. E gravamos com Luis Tissot (Caffeine Sound Studio), que conhece a gente, entende muito de som. Gravamos onde a gente ensaia. Deu pra experimentar algumas coisas. E o processo foi como sempre ensaiamos e tocamos a base de cerva e erva. Tudo muito bom!!! E sempre quis gravar ao vivo. E essa gravação traz um pouco essa pegada.

Então, vocês afirmam que numa gravação ao vivo pode-se ter um resultado melhor que a gravação por canais, no sentido de pegar a essência da banda num show? Foi pensando nisso que optaram por gravar o "Surf Trash Attack" dessa forma? E para as próximas gravações pretendem seguir a mesma receita ou pensam em ampliar as opções?

M: Receitas às vezes funcionam... e às vezes não!

J: A palavra essência é muito difícil pra mim. O ao vivo tem uma pegada diferente, gravar separado também tem suas vantagens. Mas falta alguma coisa. E como somos um trio, funciona bem pra gente esse formato de gravar ao vivo. E realmente gosto do resultado. Os erros estão lá e tal. Mas é assim. O ao vivo te mostra um pouco mais do que a banda é, não que isso sempre seja bom.

M: É isso aí. A performance sempre é mais importante. Mesmo que tenha milhões de erros

O que esperar de um concerto ao vivo dos TBS?

J: Som alto e barulho. Somos um trio de rock instrumental. Não tem muito o que esperar. É básico, simples e barulhento.

M: Rápido, rasteiro, sujo e com pitadas de surf!

J: Som pra roqueiros e putas.

M: Trilhas de filme B. Spaghetti western! Coisas que eu gosto só que não tem death metal...ainda!!!

Se o Barfly pudesse citar apenas uma influência, sendo esta de um disco em especial, o que seria o "disco pai" da sonoridade de vocês? Ou seja, algo que todos escutam em comum e que de certo modo acaba soando o que vocês desempenham?

M: Mr. Bungle em “California”? (risos)

( Risos)... Pois bem!

M: Acho que FYP não escuta este...

Sabe que eu desconfiei?

M: ( Risos) Pensei no “Naked City” do John Zorn, que é “instrumental jazz”, mas não é óbvio...

J: Rapá, essa é díficil. Cada um escuta uma coisa!

M: Dead Kennedys?

Boa. Quem acredita que Dead Kennedys é apenas hardcore pode crer no arrebatamento!

J: Eu falaria “Tribal Thunder” do Dick Dale. Mas acho que “Fresh Fruit For Rotten Vegetables” é o disco! Então ficamos com o Dead Kennedys mesmo!!! (risos)

Por falar em discos que marcaram época... O que marcou essa década que passamos? O que vocês avaliam de positivo dos “00's” na música underground em geral?

J: Sinceramente, assim de imediato não consigo me lembrar de nada... O que teve de bom nos 00´s?

Rapaz, é assustador pensar nisso mas, parece que os anos 00's não teve nenhuma grande "revolução" no Rock' N Roll. Nem de longe se aproximou do impactante anos 90's ou nos 80's. Talvez, porque de certo modo, nós estamos trancafiados no eterno retorno ou não nos importamos mais porra nenhuma com a conversinha mole do que pode “salvar o rock” proferido pelo dito "mainstream".

M: (risos)

J: Atualmente as revoluções são comedidas e cheia de estereótipos. São "revoluções" criadas. Quem tem medo do Fresno?




Tudo bem, Fresno e toda essa leva que saiu do “underground” para tocar na abertura de malhação foi absorvido pela mídia por ser uma banda atóxica, sutil e delicada(:). Sorte dos caras. Fico feliz porque se não o fosse daria com os ombros. O que quero dizer? Os seus conterrâneos capixabas do Dead Fish, por exemplo, representam algum desconforto ao esquemão jabá nation. E por quê diabos representam isso? Por quê fazem a molecadinha pensar em algo diferente de ficar com a cueca melecada (nem sempre) por causa da “garota radical”, huh?! Um moleque de classe média da terceira série C que escuta o Dead Fish, que até então tinha assistido clipes de qualquer coisa ultra-tatuada-de-franja-chorando-as-camilas-e-as-pitangas da MTV e achava que aquilo era rock, pode começar a pensar um pouco? Digo, com a cabeça mesmo?


J: O Fresno saiu do underground? Sinceramente faço parte disso que chamam de underground faz um tempo e nunca tinha ouvido falar deles. Só fiquei sabendo da existência quando fui pra Porto Alegre vi gigantes cartazes com o nome. Lembro que até perguntei pro Kanela que merda era essa. E na boa, não ligo a mínima, pra mim eles e música sertaneja é a mesma coisa. Não conheço e não faço questão de conhecer.

Gosto do Dead Fish e sei que é meio tenso bater de frente com certas coisas nesse tal de underground, mas alguém precisa fazer. Mas sei lá, não sei se a molecada está muito afim de pensar não. Sou/fui professor de escola pública e via uma molecada que escutava Racionais e tal, só escutavam. Não vou falar da diferença entra escutar e ouvir. Mas era bem isso, entra por um ouvido e sai pelo outro. Estamos sendo soterrados por informações e o moleque que quer realmente procurar alguma coisa pra pensar não vai procurar na MTV.

Enfim, saiu o "Chinese Democracy"!!!

J: Esse aí, em respeito ao velho Guns' N Rose não escutei e não vou escutar. Gosto muito de Guns e pra não estragar a imagem que tenho deles não ouvirei. Não preciso escutar pra saber que está uma merda.


Se o Rick Bonadio chegar com com umas verdinhas (em todos sentidos) numa mão e um contrato na outra a fim de cuidar da música de vocês, o que vocês fariam?

J: Bicho, isso é uma coisa tão distante de acontecer pra não dizer impossível. Então foda-se o Rick Abonadinho!!!

M: Beberíamos várias cachaças com ele....

Existe algo no rock nacional que não seja válido ouvir? (risos)

J: Que não seja válido??? Essa entrevista pode ter quantas páginas???

M: Aquela banda lá ...maymunjunio..mas não sei se é rock...


Tem uns brothers do ES que fizeram uns clipes fodas pro MDR, FOTB, Vivisick, sei lá, até Handsome and The Heartbreakers. Vocês pensam em veicular um clipe?


J: Queremos sim. Idéia é o que não falta na realidade. Na verdade pelas músicas serem instrumentais as histórias vão meio que sendo criadas junto com a música, seria legal fazer essa união entre som e imagem.

Gostei do disco de estréia. Em especial a faixa bônus, “Pequena Amsterdã”, a única melodia com vocal, vocês pensam em usar mais vocais ou ficam calados daqui pra frente?


J: Não existem regras. Às vezes depois de fazermos um som novo penso que poderia rolar vocal, espero essa vontade passar. Depois de me “acostumar” com o som desencano de colocar voz. Mas podem rolar outros sons com vocal. Na verdade tenho preguiça de escrever, preguiça de ter que tocar e cantar. Só tocar já é um sacrifício.

Como rolou de lançar o disco justamente no aniversário do glorioso e-zine do nosso amigo Tibiux, o CHIVETA?

J: Estávamos terminando de gravar e não tínhamos idéia de como lançar. Não estou com tempo e/ou dinheiro para correr atrás de lançar e não sei realmente se vale à pena lançar algo físico. Cheguei a lançar o Hillbilly The Kid (Vida Errante Gravações) e até hoje tenho capinhas coloridas espalhadas na minha casa do ES e aqui. Então a idéia logo de inicio era jogar na grande rede mundial de computadores, só não sabia de que forma. Nos clássicos myspace e tramavirtual com certeza. Mas queria ainda sim fazer um “lançamento” mesmo que virtual. O Tibiu sempre dá uma força nos meus projetos, desde FolhaTeen e Skape, então resolvi mendigar mais uma ajuda. Ele topou, demos uma acelerada pra que ficasse tudo pronto até o aniversário do ZINE e assim foi. E ele ainda está dando uma força monstra na “assesoria de imprensa”.

Quais as últimas coisas que estiveram ouvindo recentemente e que gostariam de indicar?

J: Tenho escutado umas coisas bem antigas. A internet está aí pra gente se divertir. Baixei uns Ronnie Von dos anos 60 que gostei muito, uma coletânea de bandas do Peru dessa mesma época e é muito foda, não dá pra acreditar. Ano passado (re)descorbri Beatles, Who, Jimi Hendrix. Esses dias o Matel me passou o Naked City do John Zorn que é absurdo também. E uns reguerê pra relaxar, sempre é bom !!!

M: Ultimamente uns Miles Davis, os dois quintetos "classicos", Zappa sempre,qualquer coisa do John Zorn e trilhas de filmes do Dario Argento...

Japa, qual a diferença entre ES e SP???

J: A praia!!! (risos)

Na verdade hoje acho que a diferença está na proporção. SP é tudo gigantesco, monstruoso... aqui não chove, aqui tem tempestade. E é um pouco assim em tudo. A vida no ES segue um relógio diferente, lá , tudo de uma certa forma, dá certo. Já não consigo, hoje, dizer se é melhor ou pior. Cada lugar segue o seu caminho...

E como que está agenda d'ocêis para 2010? Se algum jovem quiser fazer um som irado no quarto dele ou na festa de 10 anos. Como deve agir, cavalheiros?

M: (risos)

J: Na verdade nosso primeiro show do ano vai ser dia 20/02 no aniversário de 15 anos do Mukeka di Rato no Hangar 110. E é o único que temos marcados no momento. E se quiser chamar dar um toque, se tiver um sonzinho legal, cerveja, nós podemos conversar. Estamos tentando fechar alguma coisa pelo interior. E estudando outros rolês.

Qual e-mail para marcar show?

J: Esse aqui ó tbsurfers@gmail.com

Para finalizar, por quê diabos não despediram o figurinista de vocês por deixar o FYP usar aquele moleton lindíssimo com as cores da terra sagrada?

M: Afe!!! Pourrra! Não sei, talvez, FYP saiba...

É sério, ele é bonito, aquilo acabou com ele. Fodeu. Soube até que a comunidade de tietes do FYP tem diminuído gradativamente!

J: Aquela blusa é linda. Foi a avó de um amigo nosso que fez para ele de presente. É lance de família! Uma linda vestimenta!! E sobre as tietes, que nada, isso só aumenta. (risos)

M: Fyp é o sex simbol do Barfly!

Cavalheiros, o espaço é de vocês! Obrigado! Nos vemos no Hangar!

M: Eh nozes, keep surfin'!

J: Valeu verme feio e sujo.




Baixe o “Surf Trash Attack” disco de estréia do The Barfly Surfers clicando aqui!

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ROCKABILLY PSYCHOSIS



Marcio Carlos, da banda New City Rockers e da loja Combat Rock, acaba de colocar no ar seu novo blog, Rockabilly Psychosis. Ninguém melhor que o próprio para dizer do que se trata: "Somente rockabilly e psychobilly music. E não vou colocar discos para download, dei minha palavra tanto para bandas daqui quanto da gringa que não ia fazer isso. Cada um faz o que achar melhor, nada contra, mas eu prefiro dessa forma."

Vale a pena conferir a entrevista com Slim Jim Phantom, baterista do Stray Cats.

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

QUASE ZINE


O Quase Zine é um fanzine de Maceió (AL) feito por Daniel Hogrefe.

O tema do fanzine é arte em geral, com destaque para artes gráficas e urbana.
Recebemos os números 2 e 3. O número 2 trás entrevista com dois artistas locais, Roteen e Herbie além de ilustrações de outros artistas e entrevista com a banda Deluxe trio.

O número 3 era para ter saído em 2008, mas acabou saindo no começo desse ano e trás entrevista com os artistas Sesper e Flávio Samelo.


Daniel também é ilustrador, confira seus trabalhos aqui e aproveite para conferir o blog do Quase Zine onde ele posta as novidades.

O ZINISMO apóia a atitude do QUASE ZINE em divulgar artistas locais, classe!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

OH, I DIDN'T SEE THAT COMING

Depois do Sunny Day Real Estate e Pavement, outra importante banda alternativa está de volta: Cap'n Jazz. Por essa eu não esperava...

"Oh Messy Life" - 2010



"Oh Messy Life" - 1994



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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

AJUDE O TARSO (CARNAL DESIRE)


Recebemos um e-mail do amigo e zineiro Márcio Sno, com a triste notícia da doença de Tarso, vocalista da banda santista Carnal Desire. O Carnal Desire é uma lenda do hardcore nacional, principalmente graças as performances insanas do Tarso. Sexcore é o termo que usam para definir seu som.

Reproduzimos logo abaixo o e-mail com as informações e como você pode ajudá-lo (fonte: Baixada Metal):

Nosso amigo Tarso (vocalista do Carnal Desire) está internado desde o começo do ano por complicações da diabetes. Ele é diabético há muitos anos e uma simples bolha evoluiu para uma ferida enorme na sola do pé, que infeccionou e comprometeu todo o pé e parte da perna.

Ele ficou muito tempo no SUS sem os devidos cuidados e a situação se agravou a ponto dele correr risco de vida. Com a mobilização do pessoal ele foi transferido pra um hospital particular, onde toda a internação está sendo paga pelo Chorão do Charlie Brown Jr, que é amigo dele de longa data. Mesmo assim ele teve que ser operado, pois a infecção estava muito grave. A infecção persiste e como todo diabético ele tem sérios problemas de cicatrização.

Para isso ele precisa de tratamento em uma camera hiperbárica. Maiores detalhes deste tratamento você encontra aqui.


Ele iniciou esse tratamento na segunda (25/01) e já está mehorando aos poucos. Tá fazendo efeito! :P

Mas para ele continuar se tratando ele necessita de recursos. E é essa a hora que ele mais precisa de ajuda de seus amigos e fãs. Qualquer quantia já será de grande ajuda para dar continuidade ao tratamento!

Banco Real/Santander
Agência: 0650

Conta/poupança: 22367565-4
Em nome de: Marcus L. Wood



Abaixo, entrevista do Tarso no Jô Soares:



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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

MACHOTAILDROP

O crescimento do Skate pelo mundo reflete-se (também) pela proliferação de longas sobre o tema. Depois do boboca Street Dreams, agora estreia Machotaildrop. O filme, dirigido pela dupla Corey Adams e Alex Craig, mostra a história de um skatista amador que sonha com o profissionalismo, e tem a oportunidade de entrar na maior marca do mercado, a tal Machotaildrop. Misturando fantasia e realidade, a película parece ser interessante, mas é pouco provável que seja lançada no Brasil.

O trailer, logo abaixo:





Ah, achei também esse curta metragem dirigido pelo tal Corey Adams, chamado Ming Juice. Esse dá pra ver na íntegra:



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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ZINISTA LANÇA MANUFATURA

O Zinista Flávio Grão após quase dez anos sem lançar um fanzine de papel resolveu produzir e distribuir uma compilação de ilustrações da mais alta qualidade em uma tiragem limitadíssima neste formato.

Confira abaixo

MANUFATURA

por Edu Zambetti

Algo entre os traços de M.C Escher e Robert Crumb, entre a distorcida visão do mundo e os desejos mais íntimos do indivíduo, ainda entre o indivíduo em conformidade com o todo e vice versa, tudo isto faz parte das reflexões apontadas de forma peculiarmente sutil através das ilustrações de Flávio Grão neste nº1 de seu Livreto/Zine intitulado “Manufatura”.

Com uma pequena tiragem inicial, cada exemplar vem numerado manualmente e traz duas sequências trabalhadas em nanquim sobre papel (posteriormente reproduzidas em vergê) que apontam para uma disposição do artista em manifestar certo afastamento das regras e estereótipos que conduzem nosso mundo atual.

Na sequência intitulada “Escadas”, Grão parece refletir sobre a existência de um possível equilíbrio entre todas as coisas a partir da superação por parte de cada pessoa de suas próprias limitações ao mesmo tempo em que isto altera seu modo de entender e atuar no universo concreto.

De “Ego Harakiri”, última sequência de ilustrações do ”Manufatura”, salta a preocupação sobre como todas as buscas, manias, medos e anseios podem consumir o indivíduo, refletindo uma imagem muitas vezes distorcida dele perante o coletivo enquanto, simultaneamente, distorce sua própria visão sobre a realidade deste mesmo coletivo. Ainda neste universo pictórico, o mundo altera o indivíduo e este altera o mundo num movimento muito menos radical e caótico do que sutil e harmonioso.

No final deste zine de papel com traços de filosofia em forma de arte, conspiratória ou não, underground ou não, fica uma questão entre tantas:

“A história do indivíduo vem de sua real superação em relação a si e ao todo?”

Links:

http://www.fotolog.com.br/flaviograo

http://www.myspace.com/flaviograo

flaviograo@yahoo.com.br