sexta-feira, 29 de outubro de 2010

FANZINE KADERNO BOMBA ZINO



O KADERNO BOMBA ZINO é o mais novo lançamento de Fernando Job(The Katz).

Depois dos fanzines KOLETIVA UMBELA BOMBA ZINO,e KARTA BOMBA ZINO, o novo trabalho do inquieto The Katz nos traz "alguns registros produzidos de forma pessoal e independente acerca das artes".

Embora o tema seja novo, o texto e edição continuam na mesma pegada dos zines anteriores, isso significa, leveza, objetividade e honestidade. Retrato do respeito que o autor tem pelos fanzines.

Nesta edição temos (entre outros) resenha sobre o fanzine Fodido e Xerocado, matérias sobre a artista GEE VAUCHER e o documentário ROTA ABC, além de um pequeno panorama de alguns fanzines de arte que circulam pelos correios.



"Sendo assim, não detenho o menor interesse em suprir quesitos acadêmicos. Logo, me sinjto confortável em confessar que não sou especialista em nada e que assim estou bem. Então, dou de ombros aos entendidos que por aí andam aos montes e suas instituições.

QUERO MESMO É QUE TUDO SE TRANSFORME EM BOMBAS E QUE ESTAS NÃO DEMOREM A EXPLODIR...

E que fique bem claro que jovens da periferia também se interessam e produzem arte: expressão sincero e fora de esquemas."


Punk rock, ZINISMO Recomenda!

Se você não leu a entrevista que o ZINISMO fez com este autor, clique aqui.

Contato: kartabombazino@yahoo.com.br .

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

FANZINE VELHO RABUGENTO # 57



Recebi do guerrilheiro José Edilson o VELHO RABUGENTO # 57.

Para quem perdeu, fizemos uma entrevista com o velho em julho deste ano.

O fanzine de bolso continua em sua heróica missão em cobrir a cena punk/hardcore de todo nosso Brasil.

Nesse número temos entrevista com as bandas Tirei Zero (GO), Sertão Sangrento (RN), Noskill(PB) e End Hits (SP), além de uma recomendadíssima matéria sobre as bandas chilenas de powerviolence.

Caso não prefira o papel, baixe aqui a edição!

ZINISMO RRRecomenda!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

FLÁVIO GRÃO - CONCRETO


Lançado em parceria com a editora Ôrganiza,
Concreto é o mais recente zine/livreto de Flávio Grão e segue a mesma tendência do Manufatura, seu trabalho anterior. A ausência de palavras vincula cada vez mais mensagem à forma, neste caminho, o conteúdo é passado através de uma mistura de diversas colagens com seus inconfundíveis traços nos quais se liquidificam influências de Escher, Crumb e até Lourenço Mutarelli. No fanzine, toda a arte remete às construções do centro velho de São Paulo nas suas configurações mais originárias e aos seus diversos transeuntes do presente e do passado. Tanto a arquitetura como os indivíduos são elementos fixos e ao mesmo tempo dinâmicos da trama.

Este texto pictórico não permite que a realidade seja fragmentada, os personagens e o todo são mutuamente dependentes, a arquitetura e a história são construídas pelos indivíduos que acabam adquirindo as marcas de seus construtos, em outras palavras, a cidade de Flávio Grão é “o que são” e “o que fazem” seus transeuntes dinâmicos e pensantes, dependentes uns dos outros. Ilusoriamente, a realidade pode parecer fragmentada em muitas faces, diversos locais, estilos, sexos, idades e rotinas, mas na verdade, todos se formam e se influenciam por algo muito maior, complementar e concreto.

Impresso em vergê, cada exemplar do Concreto vem com uma arte diferente na capa em papel vegetal, tem tiragem limitadíssima e é numerado manualmente.

Zinismo recomenda!

Obs: Para saber mais sobre o Zine Concreto e outros trabalhos de Flávio Grão basta acessar sua entrevista para Punknet através deste link.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

3º ENCONTRO DE ZINEIROS NA COMBAT ROCK

3º ENCONTRO DE ZINEIROS - COMBAT ROCK

Essa veio via Viegas, por email, então, considere esse um post "psicografado" por mim, mas de autoria do Viegas! ;) - não é um guest post, mas um spiritual post!!!

Nosso amigo Márcio (Combat Rock/New City Rockers) deu o salve:

Acontecerá no próximo dia 06/11 o 3º Encontro de Zineiros lá na loja Combat Rock Discos (Rua Barão de Itapetininga, 37 Rua Alta loja 66).

Alem de juntar zineiros e entusiastas do fanzinato, o evento ainda contará com uma exposição de zines e flyers de shows de bandas produzidos durante as décadas de 80 e 90.

Quem quiser levar material para expor/trocar/vender fique á vontade! O Márcio vai adorar isso!!!

Um encontro essencial para zineiros da velha escola, mas principalmente para a nova geração de autores/editores de zines, afinal, pode ter certeza que quem for lá, terá acesso à um verdadeiro arsenal da cultura zineira.
Portanto, não percam! Colem lá na Combat Rock Disco, escutem um The Clash com o Márcio e viaje no tempo degustando e conhecendo o que moveu a verdadeira imprensa alternativa durante a sua época de ouro aqui no Brasil e, aproveite para se inspirar, trocar infos, conhecer outros zínicos e tentar arranjar aquele número daquele zine que você ama, mas, a porra do número 3 falta na sua coleção porque seu ex-vizinho pegou pra ler e dois dias depois se mudou para Manaus! (e nunca mais voltou... diria Tim Maia!)

Mais uma vez para não esquecer:

3º Encontro/Expo de Zineiros na Combat Rock Discos
Sábado 06/11/10 à partir das 14:00h
A Combat Rock Discos fica na
Rua Barão de Itapetininga, 37 Rua Alta loja 66
próximo ao metrô República


Quem quiser/puder ajudar divulgando no Orkut, Facebook, Twitter ou mandando esse post via email para seus camaradas da resistência zineira, o ZINISMO e o Márcio agradecem!

Quem for de longe ou mesmo de Sampa, mas quiser entrar em contato com o Márcio antes do Encontro/Expo para saber mais detalhes é só mandar um email para combatrockloja@gmail.com.

Recado dado! A gente se encontra por lá!

...keep the hope alive!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

PLAYER2WINS - RIMAS DE 4 "BEATS" (MAKERS)

Round One... Fight!!!

"Player2Wins is now following you..."
Foi assim que eu descobri o Player2Wins. Mas, foi lendo a descrição: "Diogo Comum, Henrique Rezende, Tiago "Rump" Frúgoli e Tiago Gordo, fazendo música (juntos, de preferência)" que eu me convenci que escutar o trabalho do P2W era urgente, afinal, estamos falando do coletivo que envolve uma boa parte do que há de melhor no "underground" do hip hop paulista.

Eu fiquei viciado nas rimas e nos beats classudos de Tiago "Rump" Frúgoli assim que escutei o álbum Progressivo (um dos melhores discos de hip hop de 2009, ao lado de Modus Operandi do Parteum e do Após Algumas Estações do Elo da Corrente). Pouco depois escutei a mixtape Dreams de Henrique Rezende (que eu conhecia pelo trabalho do Manutenção) e também chapei com a produção do cara. Já o Diogo Comum é daqui de perto da minha área, Rio Claro, e eu comecei a prestar atenção nele quando conheci o Questão de Essência.

Saber que esses beatmakers e rimadores estavam se unindo em torno do Player2Wins roubou (e tem roubado) muito da minha atenção. Passei a viver sempre ansioso pra ver o que sairia desse mato. Mas, sabe como é né? Se o mato é do bom, a brisa é melhor ainda!

O P2W não é uma banda ou um grupo de Rap. Na real, se trata de um coletivo mesmo, onde os quatro produtores e amigos se juntaram para lançar seus discos (solos), mas, dividindo a produção entre todos os quatro, e mais um montão de parceiros, é claro! Além de rimar, criar alguns beats e remixar faixas uns dos outros.

Particula(R)mentos Gerais - Henrique Rezende@Player2WinsParticula(R)mentos Gerais - Henrique Rezende@Player2Wins

Como era de se esperar, o primeiro fruto do P2W, Particula(r)mentos Gerais de Henrique Rezende, superou as minhas expectativas! São 20 faixas incluindo remixes e interludios geniais (alguns soam como um tributo aos seus ídolos, entre eles o falecido J. Dilla). Além dos 4 apocalípticos do P2W, Henrique ainda conta com participações de Elo Da Corrente, Faro-Z, Cavalier, Manutenção, Buda e Rodrigues.
Os beats e as melodias das bases levam o hip hop ao mais alto patamar em termos de qualidade de produção. É daqueles discos que viciam! Que você coloca a faixa um e o resto roda suave, sempre deixando um gosto de quero mais no final da faixa vinte, que se resolve logo apertando o botão "repeat".
O remix da faixa "Tudo que Eu Preciso" de Tiágo "Rump" Frúgoli, com participação do próprio, vai ser a primeira a te pegar. Depois "Let Go", que conta com o americano Cavalier comandando as rimas, "Black Power" que também tem gringos no mic, nesse caso, Faro-Z e Trezure e ainda a faixa "Queens" com participações do rapper Buda e do DJ Gusta, deixarão claro as referências de Henrique. Está tudo ali! De La Soul, Gang Star, Mobb Deep, além de, claro, J Dilla, Premier, 9th Wonder, Nas, enfim, daí pra cima! E ainda tem "Caminhos", "Embarque", "Sorria", "Cada Faixa" e a matadora "Teste Pra Cardiáco", uma parceria com o pessoal do Elo da Corrente, digna de um enfarte fulminante, pra judiar do seu pescoço! Bang motherfucker!

Já deu pra sacar que ninguém está de brincadeira no Player2Wins, e foi por isso que o Zinismo trocou alguns emails com o pai da criança, Henrique, e o padrinho, Tiágo Rump, exatamente no mesmo dia que o disco foi lançado.

Então...

Adivinha...

Mais uma da série: ENTREVISTA DE UMA PERGUNTA SÓ!

ZINISMO: Conte-nos um pouco sobre como surgiu a ideia de juntar essa galera em torno do Player2Wins, e como vocês estão sentindo as expectativas da galera em relação ao projeto, já que boa parte da vanguarda do rap paulista está envolvida com P2W. Vocês acham que isso pode ser uma certa pressão para vocês?

Henrique Rezende: Se não me engano, a primeira vez que a idéia do p2w surgiu coletivamente pra nós 4 - Diogo "Comum", Henrique Rezende (eu), Tiago "Gordo" e Tiago 'Rump' Frúgoli - foi no Indie Hip Hop de 2009. Eu tava naquela época com a intenção de fazer um EP com algumas instrumentais minhas, alguns remixes e faixas inéditas do Tiago 'Rump' rimando e/ou produzindo etc. Naquele dia o Tiago "Gordo" e o Diogo comentaram que também tavam com vontade de fazer um disco solo deles e que seria legal se nós - eu e o Rump - produzíssemos em parceria o EP deles. Nos dias seguintes a idéia foi amadurecendo e o Rump sugeriu de nós 4 formarmos um coletivo pra lançarmos os EP's juntos, de preferência mais ou menos na mesma data e conectados por esse mesmo nome, Player 2 Wins - nome dado pelo Rump - pra facilitar na divulgação e criar uma conexão entre os discos. Todos nós ficamos bem animados com a idéia e foi mais ou menos assim que teve início a parada...

Eu particularmente não me sinto pressionado quanto a meu disco recém lançado Particula(r)mentos Gerais, nem em relação aos EP's do Diogo e do Tiago "Gordo" que estão no processo de criação... Acho que estamos todos fazendo música entre amigos, cada um fazendo aquilo que está ao alcance de si nesse momento. Acho que os nomes são secundários e o essencial é a música, a sonoridade que nós estamos tentando criar, ao menos é assim que gostaria que ouvissem os sons. Nos Particula(r)mentos eu fui bastante fiel ao estilo de instrumentais (beats) que foram brotando nesses 10 meses de produção - tempo que levei pra produzir o disco com todos - sem me preocupar com comparações ou padrões de produção. Procurei fazer algo diferente do que já havia ouvido no Brasil e não em reproduzir algo que me desse uma maior garantia de preencher quaisquer expectativas. Pra finalizar queria aproveitar a oportunidade pra agradecer fortemente todo mundo que teve direta ou indiretamente envolvido no projeto e a oportunidade dada pelo ZINISMO!

Tiago Rump: Já faz tempo que, entre os produtores daqui, que faziam beats a partir de samples, o Henrique era quem eu mais gostava de ouvir. E apesar de admirar a maneira despretensiosa dele de produzir tão bem sem ter o projeto de lançar nada, já fazia tempo que eu torcia pra ele compartilhar essa música com mais gente, e é uma honra pra mim participar de alguma maneira disso. E concordo quando o Henrique fala que somos só amigos fazendo o som que a gente gosta. Acho até engraçado quando você pergunta sobre a pressão causada pela expectativa das pessoas, porque isso era a última coisa na nossa cabeça. Mas se essa expectativa existe, fico feliz. E espero que possamos superá-la.#

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É! Superaram Rump! Superaram!!!

Para baixar o disco na integra e em alta qualidade, CLIQUE AQUI.

E no fim, basta concluir que quem ganha mesmo é quem ouve!
O resto é esperar pelos próximos bombardeios do Player2Wins!

player2wins_HenriqueHenrique Rezende

Tiágo RUMP FrúgoliTiágo RUMP Frúgoli


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16º GOIÂNIA NOISE - PREPARE-SE

musica diablo

Musica Diablo


16º GOIÂNIA NOISE FESTIVAL

De 17 a 21 de novembro

Centro Cultural Martim Cererê

16 edições nas costas e o GOIÂNIA NOISE FESTIVAL continua instigado, com sangue nos olhos, apontando pro futuro da música urbana brasileira e buscando as mais radicais experiências musicais e internacionais. Se o line up traz a diversidade e excelência de sempre (onde, a título de exemplo, a sofisticação rítmica do pernambucano Otto divide espaço com uma legenda underground do quilate dos norte-americanos The Mummies), a UnConvention e o Compacto Petrobras são laboratórios sônicos de vanguarda.

Ainda que definitivamente consolidado e prestigiado no cenário musical contemporâneo, o GOIÂNIA NOISE FESTIVAL foge da acomodação e da mesmice como o Diabo foge da cruz. Sempre foi assim. Porque NOISE é barulho.

E daí que este ano o barulho será ainda maior e mais potente! É que, pelo terceiro ano consecutivo, o festival será ligado à Conferência Brasil Central Music, que de forma ainda mais ampliada tem dentro de sua programação noites com curadorias assinadas pelas produções dos festivais Release Alternartivo, Pé Rachado, Goyaz Festival, Música No Campus, Goiaba Rock e pelos projetos Petrobras Cultural e UnConvention. Ficou confuso? Calma que a gente explica.

Entre os dias 13 e 21 de novembro será realizada no Centro Cultural Martim Cererê mais uma edição da Brasil Central Music. Durante todos esses dias ocorrerão shows, palestras, workshops, discussões, conspirações e uma feira de produtos ligados à cadeia produtiva da música.

No dia 13, sábado, a programação musical fica por conta do festival Release Alternativo. No domingo, é a vez do hip hop com o Pé Rachado. Segunda-feira, dia 15, o jazz e a música instrumental ganham espaço com uma noite do Goyaz Festival. Na terça, o evento se desloca até o Campus 2 da Universidade Federal de Goiás (UFG) para uma noite do Música no Campus.

E aí, de quarta a sábado, o evento retorna para o Martim Cererê com as noites do 16º Goiânia Noise Festival, sendo as duas primeiras dedicadas aos projetos Compacto Petrobras e UnConvention e as duas últimas às tradicionais noitadas do festival.

Para completar, no domingo, dia 21, o Noise se desloca para a Ambiente Skate Shop, com mais uma rodada de shows, diversão e altas manobras!

Goiânia do Barulho mesmo! Com dezenas de shows de artistas dos mais diferentes estilos, linguagens, sotaques, tendências e atitudes em nove noites de música sem parar.

Com apresentação da Petrobras (através da Lei Rouanet) e do programa de Feira de Música (Feira Música Brasil) da Funarte / MINC, numa produção da Monstro Discos e co-realização CUFA, Fósforo Cultural, IGC, Studio K, UFG e com apoio do SEBRAE-GO, a 16ª edição do Goiânia Noise Festival somada a 3ª edição da Conferência Brasil Central Music, se apresenta como um dos mais importantes eventos de música e cultura jovem do País, e se estabelece como uma união que movimentará ainda mais a cena musical de Goiânia e ampliará a importância da cidade como celeiro e divulgadora da cultura produzida não só em Goiás, mas também em todo o Brasil.

PROGRAMAÇÃO MUSICAL

16º Goiânia Noise Festival

Dia 17 / NOV (QUARTA FEIRA)

COMPACTO PETROBRAS

Local: Centro Cultural Martim Cererê

Teatro Pyguá

01h00 – Macaco Bong (MT) e convidados: Vitor Araújo (PE) + naipe de metais dos Móveis Coliniais de Acaju (DF) + Jack – Porcas Borboletas (MG)

00h00 – Lucy and The Popsonics (DF) + John Ulhoa (Pato Fu) (MG)

23h00 – Superguidis (RS) + Philippe Seabra (Plebe Rude) (DF)

22h00 – Gloom (GO) + Diego de Moraes e O Sindicato (GO)

Dia 18 / NOV (QUINTA FEIRA)

UNCONVENTION FACTORY BRASIL

Local: Centro Cultural Martim Cererê

01h00 – Violins (GO)

00h20 – Mugo (GO)

23h40 – Johnny Suxxx and The Fucking Boys (GO)

23h00 – Hellbenders (GO)

22h20 – Dyskreto (GO)

21h40 – Space Monkeys (GO)

21h00 – Hot & Hard Co. (GO)

Dia 19 / NOV (SEXTA FEIRA)

Local: Centro Cultural Martim Cererê

02h00 – Krisiun (RS)

01h10 – Otto (PE)

00h30 – Black Drawing Chalks (GO)

00h00 – Nina Becker (RJ)

23h30 – Walverdes (RS)

23h00 – Viv Albertine (The Slits) (Reino Unido)

22h30 – Volantes (SP)

22h00 – El Mató A Un Policia Motorizado (Argentina)

21h30 – Spiritual Carnage (GO)

21h00 – Bang Bang Babies (GO)

20h30 – Fígado Killer (GO)

20h00 – banda selecionada pelo Toque No Brasil

19h30 – Trivoltz (GO)

19h00 – Folk Heart (GO)

Dia 20 / NOV (SÁBADO)

Local: Centro Cultural Martim Cererê

02h00 – Musica Diablo (FOTO - SP)

01h10 – The Mummies (EUA)

00h30 – Cólera (SP)

00h00 – Mechanics (GO)

23h30 – 3 Hombres (SP)

23h00 – Do Amor (RJ)

22h30 – Vespas Mandarinas (SP)

22h00 – Ecos Falsos (SP)

21h30 – Bandanos (SP)

21h00 – Dizzy Queen (ES)

20h30 – Cuartro Invitados (Argentina)

20h00 – banda selecionada pelo Toque No Brasil

19h30 – Ímpeto (GO)

19h00 – Posthuman Tantra (GO)

Dia 21 / NOV (DOMINGO)

Local: Ambiente Skate Shop

19h00 – Galinha Preta (DF)

18h15 – WxCxM (GO)

17h30 – Ultravespa (GO)

16h45 – Radiocarbono (GO)

16h00 – Black Queen (GO)

domingo, 24 de outubro de 2010

WAITING ROOM

sábado, 23 de outubro de 2010

SARAMAGO, GRAFFITTI, MÚSICA E MUITO MAIS


SEMANA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
America Latina: Bicentenário de uma Luta Inacabada

A Semana de Ciências Sociais 2010 acontece de 25 a 30 de outubro sob o tema “America Latina: Bicentenário de uma Luta Inacabada” e será um evento interinstitucional, evolvendo a Fundação Santo André, através do Colegiado de Ciências Sociais, PUC e Cásper Líbero. O evento mobilizará pesquisadores do Chile, Argentina, Colômbia e de diferentes universidades brasileiras, além da participação do professor Dr. Marco Vanzulli da Universidade de Milão, na Itália.

Dos diversos debates e oficinas, o Zinismo destaca:

A POÉTICA DE JOSÉ SARAMAGO

Coordenação:

Prof. Dr. ANTONIO RAGO FILHO

Convidada:

DALILA TELES VERAS

DATA: 25 a 29 de outubro de 2010 - 18:00h

LOCAL: FAFIL – Sala 37

TRAÇOS LATINOS - OFICINAS: GRAFFITTI - TEATRO DO OPRIMIDO

Coordenação:

Discentes LÍVIA XAVIER. LEONARDO CÓRIA e VALDIR SIQUEIRA JÚNIOR

Convidada:

Sarah Reimann

DATA: 26 E 27 de outubro de 2010 - 18:00h

LOCAL: FAFIL – Sala 36

A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: A TRAGÉDIA DE ANNE FRANK

Coordenação:

Discentes JOÃO , LUÍS CLÁUDIO, RAFAEL COLAVITE

Convidados:

GRUPO DE TEATRO AMADOR

DATA: 28 de outubro de 2010 - 18:00h

LOCAL: FAFIL – Sala 35

CHILE – MÚSICA E RESISTÊNCIA

Coordenação:

Discente NATÁLIA ANDRADE DOS SANTOS

Convidados:

ORLANDO SEGÓVIA]

ANDRÉ OLIVEIRA

DATA: 28 de outubro de 2010 - 18:00

LOCAL: FAFIL – Sala 36

Mais informações: http://www.colegiadosociais.com
Mapa das Salas:
http://www.colegiadosociais.com/images/mapa_fafil.jpg
Data: De 25/10/2010 a 30/10/2010
Horário: Das 19:30h às 22:30h
Local: Fundação Santo André
Endereço: Av. Principe de Gales, 841 - Principe de Gales - Santo André - SP - Brasil
Realizador: Colegiado de Ciências Sociais

em tempo:

Além da Semana de Ciências Sociais, ainda dá tempo de ver alguns dos filmes no Ciclo de Filmes e Debates sobre a situação econômica dos EUA.

DIA 30/10 – “SICKO: SOS SAÚDE”. Uma análise sobre o decadente e excludente sistema de saúde dos EUA. Em uma comparação com os sistemas de saúde do Canadá, França, Inglaterra e Cuba, o filme mostra como custa caro ficar doente numa das principais potências do capitalismo contemporâneo.

DIA 06/11 – “CAPITALISMO: UMA HISTÓRIA DE AMOR”. Uma crítica bem humorada ao sistema financeiro, à relação entre os governos e empresas/bancos, que mostra as contradições do desenvolvimento capitalista nos séculos XX e XXI.

TODOS OS FILMES SERÃO APRESENTADOS NO AUDITÓRIO DA FAECO,
SEMPRE AOS SÁBADOS, ÀS 10H00.

APÓS OS FILMES, DEBATE COM O PROF. MARCELO BUZETTO: doutorando em Ciências Sociais pela PUC/SP, coordenador do NELAM/CUFSA, professor nos cursos de Relações Internacionais e Administração de Empresas (CUFSA)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

KEITH MORRIS NA ESTANTE


Depois de lançar os bonecos (ok, ok, action figures) de Milo Aukerman e G.G. Allin, a loja virtual Aggronautix agora anuncia o mais novo enfeite da sua estante: Keith Morris, aquele do Black Flag, Circle Jerks e OFF!

Se quiser garantir o seu, é melhor correr: edição limitada, apenas 1000 peças. Preço razoável: 19 doletas + frete. Veja logo abaixo o vídeo promocional do mini Keith:



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CHILOMO







[ Não sou fotógrafo, mas tiro fotos. Aí fui viajar pro Chile, levei minha máquina e usei um filme legal, superia 200. Resultado: rendeu algumas fotos que gostei, e por isso selecionei as cinco favoritas pra mostrar aqui. ]


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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

QUAL CLIPE?

Já falei aqui - e se bobear foram diversas vezes - sobre vídeos de Skate, sobre a importância desses registros para a cultura alternativa em geral, indo muito além do nicho do Skate. Todo mundo gosta de vídeo de Skate, todo mundo! Até quem não anda de skate. Seja pela fotografia, pela edição (muitas vezes avant-garde), pelas manobras, pelas palhaçadas ou, muito especialmente, pelas trilhas! Ah, as trilhas de vídeos de skate... Isso daria uma tese de mestrado!

Nesse post quero destacar um aspecto apenas: os vídeos de Skate são responsáveis por construir verdadeiros vídeoclipes "paralelos", que para muitos tornam-se "oficiais". Um exemplo? Darei um clássico: quando ouço "Just Like Heaven" com o Dinosaur Jr, não lembro do clipe oficial (que aliás só soube que existia dia desses), mas sim da parte de Rudy Johnson no antológico Video Days, da Blind. A parte do Rudy Johnson é o meu clipe de "Just Like Heaven", e sei que milhares de outros skaters mundo afora sentem o mesmo.

Caso recente de fundação de clipe paralelo: a parte de Guy Mariano, no vídeo Fully Flared, da Lakai, lançado em 2007. Nessa parte, duas músicas do Band of Horses, "The Funeral" e "Is There A Ghost". As duas músicas têm clipes "oficiais", mas quem se importa? O clipe verdadeiro, que ficará para a posteridade e marcado mais profundamente na memória das pessoas, é a parte de Guy Mariano.

Assista, logo abaixo, o verdadeiro e os oficiais.

O clipe verdadeiro:


"the funeral" (oficial):


"is there a ghost" (oficial):

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PEARL JAM + BAND OF HORSES

Que tal um clássico (radiofônico e televisivo) do grunge para começar bem a quarta-feira? "Hunger Strike", do Temple of the Dog, executada pelo Pearl Jam em companhia de Ben Bridwell, do sensacional Band of Horses. Bom, temos aí 50% da gravação original de vozes dessa música, afinal foi o próprio Eddie Vedder quem a imortalizou, lá em 1990, junto com Chris Cornell, do Soundgarden. Ou o contrário, afinal a voz principal nesse som é o Chris Cornell. Interpretado (muito bem) pelo Ben Bridwell nesse cover, diga-se de passagem. "Arrupia", como dizem.



A presença do vocal do Band of Horses nesse show não se justifica apenas para cantar essa música, claro. O BOH abriu vários shows do Pearl Jam esse ano, como parte da tour de lançamento do seu mais recente disco, "Infinite Arms". Disco, aliás, que esse que vos escreve muito recomenda!

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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

THE ETERNALS NOVAMENTE NO BRASIL


Pela quarta vez a banda norteamericana The Eternals vem ao Brasil, para sete shows, em São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. O primeiro show da "Campo de Energia Tour" acontece nesse sábado, no MIS (Museu da Imagem e do Som), na capital paulista. Com ingressos super acessíveis (10 reais inteira, 5 reais meia), o show marcará o lançamento nacional do disco "Approaching the Energy Field", parceria dos selos Addenda (Chicago) e Submarine Recs (Brasil), que já vem trabalhando com a banda há sete anos. Será um show especial, com projeção de imagens de Damon Locks, vocalista e tecladista da banda. Zinismo recomenda!


Serviço

THE ETERNALS (USA) se apresenta no MIS em SP

+ Imagens de Damon Locks

Campo de Energia Tour
Lançamento do novo álbum 'Approaching the Energy Field' (Submarine/Addenda)

Data:
23.10.10 ˆ sábado
Local: Museu da Imagem e do Som - Av. Europa 158, Jardim Europa, São Paulo/SP
Horário: 20h - Primeira sessão
21h30 - Segunda sessão (caso se esgote a 1ª, haverá um 2º show)
Capacidade do teatro: 150 lugares por sessão
Ingressos: $5,00 (meia entrada com carteirinha de estudante) | $10,00 inteira
Ingressos antecipados JÁ A VENDA NO LOCAL DE TERÇA A DOMINGO DE 12H ÀS 20H30

No dia do show venda de vinis e cds.


Sobre The Eternals:


The Eternals foi formado na cidade de Chicago (EUA) em 1997 por Damon Locks (vocal, teclado e efeitos) e Wayne Montana (baixo e teclado), que anteriormente integravam o Trenchmouth (banda punk que encerrou suas atividades em 1996).

Damon é também vocalista da Exploding Star Orchestra, grupo capitaneado pelo músico Rob Mazurek.

Ao longo dos anos, fizeram algumas turnês pelos Estados Unidos com os conterrâneos do Tortoise, Isotope 217 e Brokeback e também com o MC e produtor de NY Beans (Anti-Pop Consortium), além de shows no Brasil, Japão e Europa.

Se apresentaram também com Fugazi, Anti-Pop Consortium, Konono#1, Phil Cohran, Mad Professor, Lungfish, Daniel Givens, Dismemberment Plan, Hurtmold, Bodes & Elefantes, entre outros.

Em 2008 foi eleito pelo Chicago Reader o melhor grupo de rock do cenário musical local.

Agora em outubro de 2010 chegam ao Brasil, acompanhados pelo baterista Areif Sless-Kitain (I Kong Kult), para lançar seu novo álbum "Approaching the Energy Field".
O primeiro show da Campo de Energia Tour acontece dia 23 de outubro no MIS em SP onde o grupo fará um show especial com imagens e artes projetadas de Damon Locks que, como artista gráfico, possui várias mostras em seu currículo e é autor de capas de discos e posters de artistas como At the Drive-in, Omar Rodriguez Lopez, Spank Rock, Exploding Star Orchestra, etc.

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sábado, 16 de outubro de 2010

JOSÉ & PILAR: TRAILER

Estreia em novembro (pelo menos essa é a informação que circula) o filme "José & Pilar", que retrata a intimidade - com ressalvas, claro -, o amor e o cotidiano do casal José Saramago e Pilar Del Río. Já estava circulando um trailer com legendas em inglês, mas esperei que saísse esse com legendas em português para postar aqui.

Uma "pequena" amostra do amor de Saramago por Pilar: "Se eu tivesse morrido aos 63 anos antes de lhe ter conhecido, morreria muito mais velho do que serei quando chegar a minha hora".

Zinismo recomenda e aguarda ansiosamente a estreia:



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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

IT TAKES TWO TO MAKE ME FEEL ALL RIGHT!

Por Ricardo Ideia a.k.a. D474 R0307

E de pensar que enquanto eu, o Grão, o Viegas e o Zambetti estávamos sentados em frente aos nossos computadores, pensando, pesquisando, escrevendo e revisando o textos aqui upados, a Terra deu duas voltas em torno do Sol! Quando eu penso assim, dois anos parecem uma eternidade!
Nem sei se a gente imaginava, ou até mesmo almejava que o Zinismo chegaria ao segundo aniversário!
Mas o fato é que chegamos, e se chegamos é porque mantemos a única ordem estipulada quando da criação desse zine digital: Sermos sinceros com nós mesmos.

É até engraçado rever todo o conteúdo do blog e lembrar dos primeiros (e quilométricos) emails que nós trocamos na fase de "fundação" do Zinismo.

A gente nunca soube ao certo o que o Zinismo iria se tornar. Éramos apenas um bando de fanzineiros que queriam um espaço para publicar nossas idéias e na época, o senso comum de que o blog "era o futuro" nos levou a fazer isso aqui, na rede e, também pelo fato da distância. Hoje, apenas eu moro no interior de São Paulo, mas na "primeira fase" do blog, o Zinismo tinha autor que morava em Tocantins, o que dificultaria a produção de um zine "de papel".

Mas zineiro que é zineiro não tem jeito, a gente sofre de crise de abstinência se não tivermos contato com papel, cola, tesouras e principalmente Máquinas Fotocopiadoras, ou Xerox, para os íntimos! Esse impeto de públicar "no papel" nos fez questionar muitas vezes o conteúdo e o sentido do Zinismo, mas inconscientemente a solução se apresentou, e começamos a aproveitar nosso espaço aqui para divulgar cada vez mais a cena zineira, seja promovendo novos zines ou novas edições de velhos zines, seja resgatando um pouco da história do fanzinato, e até mesmo, servindo como um bar na rede onde um monte de outros zineiros colavam para tomar um expresso sem açucar e se inspiraram com as conversas silenciosas que ocorriam via Zinismo.

Percebemos que tinhamos então um nicho, e que o trabalho aqui tinha o aval e o reconhecimento das pessoas envolvidas com o fanzinato, que na verdade, era quem realmente interessava.

Ver que em dois anos, o Zinismo além de públicar muitas crônicas, resenhas, entrevistas, e outros "testículos", ajudou, de certa forma, a fomentar a produção zineira, nos enche de orgulho!

Principalmente porque, como disse, fizemos isso da forma mais integra e sincera possível! Nínguém aqui tentou se vender para "viver de blog". Nunca o assunto "da moda" esteve em nossas pautas, e mesmo que as opiniões dos autores e consecutivamente de seus textos não agradem 100% dos leitores, ninguém nunca poderá dizer algo como: "Esse é um blog oportunista!" Não! Isso não!

Nós amamos nossos 100 leitores/dia em média justamente por serem 100 pessoas muito parecidas conosco, digo, integros e sinceros, e isso é muito mais agregador no quesito qualidade do que ter 10.000 fãs de restart lendo o seu trabalho!

Acho que o Grão, o Viegas e o Zambetti já disseram muito do que havia a ser dito nessa reflexão sobre o Zinismo, nesse balanço do trabalho, restando a mim apenas tornar público e garantir que essa essência que nos move, essa integridade e esse comprometimento com a cultura do fanzinato não vai morrer nunca e a maior prova disso é o presente que queremos dar à vocês: A primeira edição impressa do Zinismo!

E assim como nós esperamos que esse segundo aniversário seja apenas o segundo de muitos, quem sabe o Zinismo "de papel" também venha para ficar, completando e integrando o trabalho aqui do Blog!

Muito obrigado à todos! Viegas, Grão e Zambetti, é uma honra ser parte dessa confraria tendo grandes ídolos meus ao meu lado. À todos os leitores do Zinismo, muito obrigado mesmo!!! Sem vocês nada teria sentido, e não to falando em grana ou fama, to falando apenas que é extremamente gratificante saber que algumas linhas que eu escrevo no tempo livre que eu nem tenho, pode, de alguma maneira tocar os sentimentos de alguém pela tela de um computador.

E que venham mais aniversários, mais zines, mais zineiros e mais zínicos!

Como sempre:

Andarilhos do underground: ZINAI-VOS!

PRODUÇÃO COLETIVA

por Edu Zambetti

Esta confraria tem dois anos de resistência peculiar, de denuncia(mesmo que implícita) à configuração cultural aclamada pela grande mídia atual, cada vez mais embrutecida e paradoxalmente cada vez mais tecnológica. Fico feliz pela evolução tecnológica e angustiado pela irrazão disfarçada de neutralidade.

Muitos afirmam que não existe mais diferença entre o universo das grandes corporações culturais e o universo alternativo, que há espaço para todos e ainda que todos os pontos de vista são válidos, que todos estão certos...

Isto é tão belo de se ler que nos ilude a ponto de parecer uma premissa correta, e ainda, se pensarmos na velocidade, no fluxo de informações e nos ilimitados canais disponíveis na internet para todos os gostos e postos, quase que entenderemos esta miragem como algo real. Efetivamente não há esta democratização dos canais midiáticos, não há esta equalização das diversas faces da cultura, ou melhor, não neste sentido acima posto por muitos, mas sim naquele sentido que desvendou bem a nossa sociedade, ou seja, tudo é equalizado a ponto de ser visto como, digamos, dinheiro. Quanto se está ganhando? Quanto foi gasto? Por quanto pode ser vendido? Por quanto foi comprado?Quanto? A afirmação de que há lugar para todos e que tudo é válido, com certeza, parte de algum desdobramento destes quantos...

Há sim o espaço, ilimitado talvez, para a busca incansável pelo reverso do padrão industrial imposto à cultura, e tanto o Zinismo quanto muitos outros blogs, fanzines, músicos, ilustradores, cineastas, fotógrafos, escritores, jornalistas, estão ai almejando um patamar digno de outra face...Neste caso a preocupação é a de descobrir a qualidade das coisas e, ao descobrir, gritar (musicar, filmar, poetizar, postar, panfletar), o mais rápido e claro possível para que todos ponham sua atenção e também opinem...Mesmo que não pareça, é uma ligação conflituosa e não neutra em relação à midia padrão.

Qualquer um deste grupo sabe que, criar um blog pode ser fácil, mas trazer leitores e gerar uma tradição coerente é algo bem mais complexo, principalmente tratando de elementos fora do eixo imbecilizado da mídia óbvia. No caso do Zinismo, percebo que é neste sentido que entra a questão da resistência, não por uma maneira retrógrada de se compreender e expor a realidade (afinal fazemos isto num blog não é mesmo?), não simplesmente por uma postura vintage, não por pura nostalgia, não por mero saudosismo. Estes últimos elementos podem estar presentes, mas não formam a base desta confraria, aqui se busca uma emancipação para além da possibilidade de se ter um blog ou uma música no myspace, para além da quantidade de acessos, para além da passividade informacional...Aqui, mesmo aprisionado sob a lógica da equalização pelo quanto, se forma uma pequena partícula geradora de ação, mobilização e questionamento ou ainda, como o Viegas bem enfatizou, esta interação entre os escritores e leitores, transmissores e receptores fortalece, valoriza e engrandece as discussões e informações propostas indiretamente pelas postagens.

Como eu disse na comemoração de um ano de Zinismo:

Zinismo é papel virtual, xerox pixelizado e colagem digital, é transmissor e receptáculo das mentes que ocupam as cabeças que brilham diante do monitor enquanto seus donos escrevem, postam e disseminam as idéias mais diversas e com as abordagens necessárias ou, no mínimo, diferenciadas do comum. Zinismo é nosso Fanzine (...) Virtual sim, mas não difere da realidade dos seus colaboradores. Gostos, anseios, buscas e descobertas são compartilhadas tanto na roda de amigos quanto nas páginas da blogosfera zínica de maneira equivalente. Equivalente também é o ‘“zinismo.blogspot.com” se comparado a outros fanzines de papel confeccionados por qualquer um desta confraria; recursos e mecanismos diferenciados, mas idéias e convicções críticas e pulsantes como sempre. As músicas, os filmes, os escritores, os contos, os argumentos, os apontamentos, os elogios, as ilustrações seguem a mesma trilha em busca da distinção das coisas como sempre seguiram, tudo acrescido dos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos por tais mentes diante de sua realidade...


Neste dois anos, o Zinismo se tornou um laboratório de todos. Dos autores, dos leitores presentes e futuros, dos colaboradores, dos críticos, dos que são foco das discussões, dos que já foram da confraria, dos que passaram por aqui sem muita atenção, dos que valorizam este trabalho, dos que ainda não o entenderam e dos que apenas sabem de sua existência...

...Para todos, fico feliz em também anunciar que o Zinismo está com sua edição comemorativa IMPRESSA quase pronta...

Zinai-vos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SOBRE OS LEITORES

Por Marcelo Viegas

Leitores não são clientes.

Leitores são amigos. São confidentes. São amantes. São motivos. São inspiração. São juízes. São críticos. São sinceros (ou não).

Há também aqueles que são inimigos. Como na música do Cólera, “te dão a mão só pra empurrar”. São os haters, pessoas que destinam toda sua energia e tempo para pensar o lado negativo das coisas.

Mas deixemos os haters pra lá...

Falemos dos leitores-amigos. Dos que estão do lado de lá: que pode ser tanto do lado de lá do computador quanto do lado de lá do planeta! O mundo ficou ainda menor com o advento e a popularização da Internet. E isso, obviamente, interferiu diretamente no perfil do leitor.

Hoje, o que temos, é o leitor participativo, agregador, presente. Ainda que concorde com André Comte-Sponville sobre o caráter literário de toda e qualquer carta (em detrimento da pobreza do e-mail), não é menos verdade que a Internet aproximou o escritor dos seus leitores. Não nego que antes também era possível escrever para seu escritor favorito, mas não era tão simples, rápido e acessível quanto hoje. Basta um clique. Basta ter o que dizer. Basta fazer um comentário*.

Esse feedback instantâneo é uma dádiva! Quantos grandes escritores não sofreram com a angústia do julgamento? Mas ainda, com a espera da angústia do julgamento... Porque é sim importante agradar, é sim importante saber o que os outros pensam, é importante sim alcançar a alma daquele que lê seu texto. Ou despertar a raiva. Ou a tal da “opinião contrária”. Qualquer coisa, menos a indiferença.

Nesses dois anos do blog Zinismo, tivemos muitos posts que ganharam mais sentido, vida e completude graças aos comentários que suscitaram. No diálogo com os leitores do blog, ou mesmo no diálogo entre os membros do blog, ideias foram discutidas, contestadas, ampliadas. Para usar um velho slogan, cuja fonte não revelarei (quem sabe alguém desvende nos “comentários”), “movimento de ideias, ideias em movimento”.

Porque um blog não é uma obra finalizada, é uma obra em construção. E os leitores colocam também – quando querem, podem ou devem – a mão na massa.

Leitores não são clientes. Leitores são co-autores.



* Mas que fique claro: não troco a mais simples das cartas pelo mais rebuscado dos comentários. Isso porque sou da geração do papel. Entendo que esse apego vem do costume, da tradição. O garoto que já nasce na frente do computador não dá a menor bola pro carteiro. E é natural que seja assim.

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ZINISMO 2 ANOS!



Quando se aproxima o dia 14 de outubro de cada ano começo a sentir uma certa pressão... Sabe quando cantam parabéns para você e ao final gritam “discurso, discurso”? É mais ou menos esta a sensação. Acredito que datas comemorativas só valem a pena se estão acompanhadas de uma merecida reflexão. E cá estamos comemorando e refletindo sobre os dois anos do blog ZINISMO.

Nesta data acho pertinente, mais que falar sobre o blog em si, analisar a situação dos fanzines, já que esta é a mola propulsora de nosso trabalho.

Neste último ano conheci algumas dezenas de bons fanzines que estão sendo produzidos no Brasil, sim, eles estão vivos, mas são como uma poderosa correnteza subterrânea a qual o acesso é restrito àqueles que estão dispostos a conhecê-la.

Dentre vários, destaco dois fatos “zinisticos” que considero sintomáticos e que ocorreram neste período entre o primeiro e o segundo aniversário do blog. O primeiro é a mobilização de diversos fanzineiros do Brasil inteiro para a realização de um documentário sobre o tema no "século passado"; o segundo fato é a organização pela UGRA PRESS de um anuário sobre fanzines. A primeira iniciativa diz respeito ao passado, e a segunda ao presente a ao futuro. Se por um lado temos nossa história sedimentada, por outro, há mais história a ser contada, mostrando que o fanzine continua vivo, mutante, politicamente ciente de sua função e em busca de novos rumos.

E reafirmo com mais convicção (como já dito no nosso primeiro aniversário), que os fanzines cada vez mais se estabelecem como gênero literário ou de comunicação próprio, e que suas características inerentes, como o texto autoral, a independência, a circulação restrita e a editoração própria se tornam qualidades (e não defeitos) no contexto comunicativo atual, de massificação, publicidade agressiva e destruição da capacidade sensorial e de processamento de informações dos leitores.

Permita-se uma pausa, sente com calma na sua cadeira preferida, abra uma cerveja ou pegue um café, estenda seus pés e leia um fanzine, seu cérebro agradecerá!


PS: Como não poderia faltar em um aniversário, os dois anos do ZINISMO também tem presente! E o presente desta vez será para os leitores! Está em fase de produção o ZINISMO impresso, edição comemorativa de dois anos do blog! Surge porém uma dúvida... ZINISMO é um fanzine virtual ou um blog de papel?

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

MAIS SWU!

Recebi hoje o e-mail de uma amiga jornalista que, como muita gente, passou estes últimos dias no SWU. Achei interessante compartilhar suas observações aqui no Zinismo, assim, depois da devida permissão, fiz um "copia e cola" no seu texto que segue na integra:

O QUE NÃO FOI DITO SOBRE O SWU

por Juliana Sassi

Que o SWU foi divertidíssimo me parece ser um consenso entre os participantes, mas o que incomoda é quando a organização do evento, jornalistas e alguns músicos querem dar um ar de “engajamento” à iniciativa.Como justificativa, cita-se como exemplo o fórum que ocorreu durante os três dias – do meio dia às 15horas – em uma das tendas do festival. Lá os convidados não enfrentavam fila para entrar, como ocorria com o público pagante, e ganhavam chocolates, bolachas e águas da Nestlé, uma das patrocinadoras do evento. A água vinha em pequenas garrafinhas de 300 ml, o que forçava um maior consumo e acumulava grande quantidade de lixo. A plateia era formada, em sua maioria, por estudantes universitários que trouxeram, muitas vezes, esses questionamentos à tona na parte final do fórum destinada às perguntas. Questionaram a grande concentração de lixo gerada pela estrutura organizacional do evento, não se podia beber a cerveja na latinha, então o conteúdo era transferido para um copo plástico descartável, não havia bebedouros, não era permitido levar comida, mesmo quem ficasse por três dias no camping, e quem era pego com comida na revista tinha que jogar no lixo.

A comida vendida no festival era cara e ruim – salvo a do restaurante vegetariano. Um hambúrguer, pão e carne, custava dez reais, e uma pizza brotinho – que diminuíra consideravelmente de tamanho no segundo dia – era vendida a oito reais. Tomar banho também era complicado, sete minutos no chuveiro e cerca de uma hora na fila. O chuveiro ligava e desligava sozinho, não podendo ser desligado caso o banho durasse menos do que o tempo determinado. O tempo do banho gerou um mercado paralelo e alguns campistas vendiam sua cota diária a outros que queriam um banho mais demorado. No camping Premium, que custava 500 reais, funcionava da mesma forma, não havendo favorecimento a quem pagara mais, como sucedeu em outras situações no SWU.

O primeiro a desfechar sua crítica aos privilégios concedidos no festival foi Zack de La Rocha, do RATM, por meio do blog da banda. Durante o show do Rage a pista Premium foi ocupada e o som dos microfones acabou sendo cortado diversas vezes. Aliás, o corte de microfones foi prática comum no evento. No último dia do fórum o Sr. Fisher, publicitário e empresário idealizador do SWU, foi vaiado pelos presentes após a exibição de um vídeo de conscientização feito pela modelo-manequim Ellen Jabour e outros colegas de profissão. Após o vídeo, o animo se exaltou e foi quando a apresentadora abriu para perguntas. Um estudante perguntou ao Sr. Fisher se ele achava o evento sustentável e citou alguns pontos observados durante o festival, dentre eles, se era sustentável um trabalhador receber 40 reais pelo dia de trabalho no SWU, momento no qual o microfone foi cortado e seguiu-se um coro de vaias. A apresentadora tomou as dores do Sr. Fisher e disse que não existiam bonzinhos e malvados, mas que o que importava era a intenção – o que fez feliz o pobre diabo. A sequente resposta do publicitário foi previsível, a promessa que no próximo ano o festival seria construído de forma democrática acalmou os ânimos e o Sr. Fisher saiu aplaudido. Lamentei por minha impressão inicial não estar errada, as palmas eram mais por instinto do que por convicção.

Hoje, nada disso parece ter importância, a mídia já divulgou o sucesso do evento, o Sr. Fisher está pensando nos próximos sete festivais já acertados. Mas preocupa pensar que qualquer iniciativa sob o manto da defesa ambiental e da sustentabilidade vende como água no deserto, criando um novo nicho de mercado, que cresce na medida em que o chamado marketing verde é introduzido nas grandes corporações – incluindo a mídia – vindo de brinde ao produto final a chamada “consciência do consumidor”.

O que se coloca como alternativa para salvar o planeta é a mudança no consumo, de forma individual – start with you – não a produção, e nunca o modo de produção. Inverte-se causa e consequência, sendo impossível, sobre essas bases, pensar em uma conscientização efetiva.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

THE MARS VOLTA - OCTAHEDRON


Bom, já que o Idéia falou sobre o show do The Mars Volta no seu post de ontem, vou mantê-los como pauta por aqui. Segue a resenha que fiz do mais recente álbum da banda, "Octahedron", e que foi publicada na revista Rolling Stone:

Os rumores eram verdadeiros: Octahedron é o Disco “acústico” do The Mars Volta. Ou, segundo o vocalista Cedric Bixler Zavala, a versão deles para aquilo que consideram um álbum acústico. Mas não se assuste com o termo, pois a eletricidade corre solta no quinto álbum da banda texana. O que há, inegavelmente, é uma atmosfera mais suave, que permeia quase a totalidade das oito músicas, exceção feita a “Cotopaxi” e “Desperate Graves”, as mais pesadas e rápidas do álbum. Sim, estamos diante de uma coleção de (quase) baladas belíssimas, encorpadas, originais. E, para alívio dos fãs, sem descaracterizar o som do TMV. As empreitadas virtuosas de Omar Rodriguez-López na guitarra estão lá, assim como os teclados ora sentimentais, ora progressivos do grandalhão Isaiah Owens. A direção ainda é a mesma, o que mudou foi apenas o ritmo: de marcha para uma caminhada mais tranquila. É, além disso, o álbum mais objetivo e cativante desde a estreia em 2003, com o aclamado De-Loused in the Comatorium, e surpreende até pelos módicos 49 minutos de duração. Músicas como “Copernicus”, “Teflon” e “Halo of Nembutals” (os nomes continuam estranhos) conquistam o ouvinte na primeira audição e fazem de Octahedron a consagração definitiva da voz de Cedric.


Clique aqui para ver a resenha no seu local original.

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

RE-ENCONTRANDO O MESSIAS - SWU 1º DIA 09/10

Eu deveria ter escrito isso ontem, mas o problema é que eu só acordei hoje!LOL!!!
Aviso de antemão que as próximas linhas não são uma tentativa de cobertura do Festival (Caça-Níquel) SWU, mas apenas um relato de um apaixonado por boa música que em 48 horas (porque eu não sou o Jack Bauer!) decidiu se aventurar com o nobre objetivo de rever uma performance ao vivo do The Mars Volta, banda que esse que vos escreve, morre de amores!

Há uns três meses atrás, quando eu dei uma olhada no line up do SWU, as únicas bandas confirmadas eram, Rage Against The Machine, Dave Mathews Band, Jota Quest (???????) e Link Park (vou vomitar e já volto!). Depois foi pintando umas coisas mais interessantes como o Queens of The Stone Age, MSTRKRFT, Yo La Tengo, mas com o preço salgadérrimo dos ingressos, decidi que não iria, e mais, adotei uma conduta anti auto-tortura, ou seja, não lia nada sobre o SWU, não via o site, nada, nadinha mesmo! Boicote para não ficar mal em perder o QOTSA de novo.

Beleza, mas, o tempo passa, o tempo voa, e... na última quinta feira por volta das 3:00 da madruga uma propaganda na TV Globo falando sobre o show anunciou a transmissão dos shows do RATM, Dave Mathews, e enquanto o locutor dizia "e outras bandas internacionais", eis que surge na tela, olhando para mim, o Messias, digo Cedric Bixler-Zavalla, vocalista do The Mars Volta. Eu dei um salto da cadeira, menos de 48 horas para o SWU e só agora eu descrubo que tem The Mars Volta, e no mesmo dia do Rage! Assim, começa uma saga...

Sexta Feira, 08/10 - 18:40 - Não me pagaram! Fudeu, pouco mais de 24 horas para o show do TMV e minha grana é algo em torno de -400,00!

Sexta Feira, 08/10 - 22:35 - Meu telefone toca, são os meus brothers Vini e Ramirez. O dialogo é mais ou menos esse:

Vini - Fala sua bicha! Vai pro Mars Volta?
Eu - Putz Mano! To sem grana!

Vini - Não acredito que você não vai, eu e o Ramirez tamo aqui, dá um jeito e cola mano, ninguém mais que você tem que ver esse show...


Ele tinha razão, mas faltam menos de 24 horas pro show. E agora?
Ligo para um cliente, foda-se que era quase meia noite, estava desesperado! Para encurtar a história, passo a noite inteira de sexta para sábado trabalhando. As 10:00 da manhã do sábado entrego o trampo e as 13:00 pego a grana!
Agora sim! SWU aí vamos nós!

Sábado 09/10 - 16:00 - Menos de 5 horas para o inicio do show do TMV e eu subo no busão rumo a Itu. Na própria rodoviária de Itu pego outro busão com destino a chácara Maeda.

No caminho já sei que perdi o Infectious Groove. Merda! Segundo relatos, foi animal o show. Mike Muir de moicano vermelho enloqueceu a massa. O novo batera, um cara de uns 200 Kgs, é um arregaço! Destroi nas pancadarias e ainda tem agilidade para fazer firulas com as baquetas! Um show tão intenso que fez o Infectious Groove quebrar um protocolo e (acredito que pela primeira vez na história do IG) eles fecharam o show com a crássica "ST" do Suicidal Tendencies!

No exato momento que eu passo pelos portões do Festival o Mutantes (mais uma ex-banda engordando o saldo bancário) começa a tocar. Eu até queria ver ao menos um trecho do show, mas como já havia visto o show do Museu do Ipiranga (ainda com o Arnaldo Batista), e pelo fato de faltar 30 minutos para o show do MSTRKRFT, decidi encontrar meus brothers na tenda eletrônica.

Um parenteses aqui: A estrutura do Festival era monstruosa! Nunca havia visto nada igual. Fez a Cidade do Rock (onde aconteceu o último Rock'n'Rio) ficar parecendo um parquinho perto de tudo aquilo. Era de deixar qualquer um de boca aberta, e aproveitando a minha boca aberta, meus amigos me comungaram com a óstea da seita Filhos De Timothy Leary (pra bo ente mei pala bas)!

Say Bounce Low! Say Bounce High!

Quando os DJ's Al P. e Jesse F. Keeler (ex-Death From Above 1979) entraram no palco eu senti um alívio, afinal eles cancelaram a apresentação que deveria ter ocorrido no Skol Beats de 2007 e, digamos que eu me sentia no prejú, mas dessa vez eles estavam ali na minha frente e eu ainda não sabia, mas eles iriam compensar esse meu prejú!

Tamborins anunciaram o inicio do show do MSTRKRFT! Não pense no clichê "estamos no Brasil, vamos tocar samba", os caras sabem muito bem o que fazem, e tendo em vista a linha cada vez mais Ghetto que o duo segue, a influência de Semba, Kuduro e o próprio Samba, fizeram da intro um conceito, não um clichê!

O show foi perfeito! Não faltou nada, e o melhor, tudo foi re-inventado ali na nossa frente! Sim, a base do show era o último disco "Fist of God", mas com beats completamente diferentes somados a audácia dos caras de ficarem fritando o público o tempo todo. A clássica Vuvuvu foi pra derreter geral, enquanto um sorriso idiota insistia em ficar na minha cara e nas dos meus amigos!
Fazia tempo que eu não via um show de eletrônico tão abusado de BASS. O bumbo batia direto no seu peito fazendo seu coração bater no mesmo bpm do som. Pra fechar, um timido "obrigado" no mic, e tome o mega hit Bounce! Show de eletro para pogar! E o MSTRKRFT cumpriu a missão, no fim eu estava liquifeito e sai da tenda dentro de um balde!

Exoskeleton Junction at the Railroad Delayed


Deslizei como a água corre no meio fio da calçada até a frente do palco onde o The Mars Volta iria se apresentar enquanto ouvia e assistia pelo telão as últimas faixas do Los Hermanos (Sim! mais uma daquelas ex-bandas! Eu gosto de Los Hermanos, mas não gosto desse acaba/volta toda vez que tem um show grande!).

Pontualmente as 20:58 as luzes se apagaram. O telão anunciava "The Mars Volta" e nos PA's um trumpete chorava uma música mexicana digna de filme de faroeste. É a intro que eles usaram durante a tour do Amputechture. Fodeu!
Um a um os músicos entram no palco e da-lhe barulheira enquanto os fãs gritam sem acreditar no que acontecia, mas segundos depois, os primeiros acordes de Cotopaxi confirmaram: Começava um show daqueles que iria mudar a vida dos ali presentes. Começava um show de uma das melhores e mais criativas bandas da atualidade. Começava o show do The Mars Volta!

Na sequência, sem economizar eles já emendaram uma longa e derretida jam session (segundo o set list no palco chamava Broken English Jam). Ficou claro tanto para os fãs mais "die hard" como para os que não conheciam a banda que eles iriam judiar do povo! Seja no peso, nos improvisos jazzísticos ou nas jams. Os caras não sabem brincar, eles vem pra fuder a porra toda mesmo!

E nem pense em respirar, porque em seguida tem Goliath! Uma coisa engraçada aqui, o novo baterista, Dave Elitch, errou o começinho do som, mas de boa, os caras retomaram rapidinho o erro! O lado bom, foi que isso incendiou Cedric, e logo ele começou a abusar das suas dancinhas esquizofrênicas!

Agora a surpresa mesmo, veio quando eles tocaram Eriatarka. Raramente essa música entra no set do TMV e acho que nós podemos considerar isso um presente deles para nós, sobretudo porque durante o trecho em que Eriatarka ganha contornos de Dubstep eles emendaram um longo improviso e pode-se dizer que tivemos um gostinho de uma performance do De Facto, o projeto paralelo deles de dub. Esfumaçado!

Dois segundos de pausa, até que Cedric segura o mic balbuciando a frase:

"Do you recall it's name?"...

Caralho! Eu quase enfartei! Cicatriz ESP não é apenas uma das minhas músicas favoritas do TMV, ela é a favorita de 11 entre 10 fãs da banda! Era uma magoa que eu tinha do show deles aqui em 2004 onde faltou Cicatriz, mas dessa vez não, e o melhor, 15 longos e insanos minutos de Cicatriz ESP. Não eram poucos os fãs que choraram durante a execução dessa música.

Como a organização do SWU deu apenas uma hora para o show do TMV, achei que Cicatriz seria a saideira. Olhei para o relógio e faltavam menos de 5 minutos para completar uma hora de show. Pensei: "Ou acabou, ou eles vão fechar com a curtissíma Wax Simulacra". Ledo engano, eles estavam abusados e queriam mesmo foder a porra toda, portanto para fechar destruindo geral, nada mais, nada menos que Roulette Dares (The Haunt of). Foi muito pra mim. Confesso, chorei, fiquei mega emocionado ao ponto de passar mal. O refrão "Exoskeleton Junction at the Railroad Delayed" era cantado em uníssono pelo público. Foi o auge.

Uma coisa interessante de se dizer aqui, mesmo que difícil de visualizar ou mesmo sentir, é que a banda estava completamente integrada com o público e vice-versa. A energia era absurda. Pura catarse. Ora Omar regia a banda e o público, ora era o público com palmas estilo "flamenco" que regia Omar e a banda.

Foram longos minutos de palmas ao fim do show que, muito humildemente, foram retribuidos pelos músicos no palco, principalmente Cedric e Omar que ficaram muito tempo aplaudindo e agradecendo silensiosamente o público.
Acho que a melhor palavra para definir o show do Mars Volta é Emoção! Pura emoção! O que eu mais escutei depois do show foi "eu chorei"! E eu só pensava, foda-se, ainda vou perder o QOTSA, mas não perdi o Mars Volta, melhor ainda, vi o segundo show deles em 6 anos.

Enquanto tomava água gelada e tentava me acalmar (é sério que eu quase enfartei de emoção!) só pensava que morreria depois dos 72 minutos mais foda de toda a minha vida! Tão foda que eu sobrevivi! hehe!

Aonde foi parar o Comunismo?

Para mim o SWU poderia ter acabado no último acorde de Roulette Dares (The Haunt of) do Mars Volta, mas uma multidão vinda "direto do túnel do tempo" queria mesmo ver o Rage Against The Machine.
É isso mesmo! Eu não fazia questão de ve-los. Não com esse atraso de quase 20 anos! Hoje e ontem ví muito jornalisteco de merda dizendo que esse foi o show do ano, e eu concordo, só que eu tô falando do ano de 1994 e não de 2010!
Acho até feio uma banda como o Rage e o Pixies, onde os músicos nem se falam, não tem a menor intenção de gravar ao menos um single novo, saírem por aí fazendo shows. Até entendo que o público, ainda mais nós brasileiros, somos carentes, e aproveitamos pra ter o gostinho de um show de uma dessas bandas, mas o fato é que isso é a mesma coisa que comer comida requentada, saca? Perde o tempero original. E garanto que os músicos não decidiram voltar pensando: "Poxa, vamos voltar pelos fãs". Não! Nem fudendo! Neguinho volta é pela conta bancária! No caso do RATM é até claro, já que o Audioslave faliu e o Zach de la Rocha não emplacou nada, nem mesmo tocando com o ex-Mars Volta, John Theodore no One Day As A Lion. E pelo menos no meu livro "O Manifesto Comunista" de Marx & Engels eu não lí nada sobre retomar bandas de sucesso, mesmo detestando os parceiros de banda para ganhar dinheiro. Na verdade, esse oportunismo acaba de vez com a pose comuna comedor de criançinha! É triste, mas vale tentar pela nostalgia!
Uma sirene ecoa por todo canto do festival, enquanto no palco uma enorme estrela vermelha surge no fundo.

Perguntei: Seria um comício da Dilma?

Não! Era o show do Rage Against!

Foi praticamente o mesmo show do DVD Live in Mexico City! As mesmas roupas, os mesmo instrumentos, exatamente os mesmos! E claro as mesmas músicas! Abrindo com Testify, depois People of the Sun, que gera um início de tumulto. De repente fui atropelado por uma onda de humanos indo para trás! Caos! Aperto! Nego ficando desesperado e fudendo ainda mais o tumulto. A sorte foi que não empurraram de volta, todo mundo foi indo cada vez mais pro fundo tentando sair da bagunça. Claro que todo mundo se perdeu das pessoas que estavam juntas, o que foi o meu caso.

A banda teve que parar o show por uns 5 minutos e pedirem para as pessoas se respeitarem, de forma que todos encontrassem o seu espaço. Na verdade, foi só um monte de patricinhas que choravam nos braços dos seus namorados metidos a machões, e que se achavam no direito de empurrar todo mundo porque a mina dele tá acostumada com Micareta e não show de rock, sair do meio da multidão, que tudo voltou ao normal. Eu aproveitei para achar um lugar mais decente pra ver o show.
A volta é com Bulls On Parade, mas daí em diante o show fica cheio de problemas técnicos. Não lembro a música, mas logo depois de Bulls on Parade o PA foi pro saco! Silêncio total! Eu, que estava razoavelmente perto do palco, conseguia ouvir apenas o bumbo da bateria, digo, o som cru dele, sem microfone!
Clima tenso de novo! E dessa vez eu fiquei com medo! Já estava vendo a merda feita. Neguinho pagou uma fortuna pra estar alí, e se o PA não voltasse logo, um quebra-quebra seria inevitável! Mas o PA voltou!

Eba, está tudo bem de novo!

Não! Não está! O PA desligou mais uma vez! Tava foda!

Eu só fazia rir e pensar, ficou pequeno pro RATM perto do The Mars Volta! hehehe!

Já pensava em sair fora, aproveitar que era cedo e embarcar de volta aqui pra Piracicaba quando finalmente o problema do PA foi solucionado. Dessa vez, definitivamente.

O resto foi hit atrás de hit como todo mundo esperava, e no caso daquele povo do túnel do tempo, queria. - O que eu mais chapei com o The Mars Volta foi justamente o fato deles me surpreenderem, eles tocaram todas as músicas que eu não esperava e nenhuma sequer das que eu havia imaginado, baseado nos sets dos últimos shows, já no caso do fãs de RATM, parece que eles preferem o óbvio ao inovador ou desafiador, vai entender!

No bis, nada mais óbvio: Freedom e pra fechar Killing in the name!

Sim! O show é pesadão! Sim! O Tom Morelo até que impressiona, mas não passa nem perto da técnica do Omar. Sim! O Zach de la Rocha é um puta front man, mas eu prefiro ele no velho Inside Out.

Enfim, só valeu a pena porque eu estava lá. Como meu objetivo lá era ver MSTRKRFT e Mars Volta, creditei à essas duas bandas os 100.00 do ingresso, o Rage foi só um brinde!

Depois eu ainda pirei e dancei muito com o DJ Mark, e fechando minha noitada, quase de manhã o DJ Steve Angelo acabou de vez com minhas energias botando a tenda eletrônica abaixo numa discotecagem pra lá de classuda!

Fim da minha saga, e até agora eu não acredito que eu operei esse milagre e consegui mesmo ir lá ver o Mars Volta de novo!

E que venham mais shows, mas por favor, com menos bandas caça-níquel e mais bandas de qualidade.

Keep rockin'

PS: De quem foi a ideia de colocar o Brothers of Brazil para abrir o SWU? To quase oferecendo uma recompensa pela cabeça desse estúpido!