segunda-feira, 31 de outubro de 2011

QUANDO A INFORMAÇÃO É DEMAIS A AÇÃO SE ATROFIA?

Por Simone Maia*

Sabe quando dois personagens falam ao mesmo tempo numa determinada cena do filme e você não sabe qual dos dois ouvir? Você pensa que talvez o que o personagem "X" está dizendo seja mais relevante do que o que está dizendo o personagem "Y". O resultado, quase sempre, é que você capta fragmentos da fala de cada um deles e acaba entendendo mais ou menos coisa alguma.

Alguma semelhança com a vida real?

Ah, perdão pela invasão assim tão abrupta. Não sou das Forças Especiais, mas acabei invadindo este espaço com chutes e tiros nas trancas da porta. Na verdade, tive permissão para uma pequena interação aqui e devo uma apresentação: sou SM, leitora e divulgadora deste espaço que é um nicho alternativo pensante no meio underground online.

No início eu falava da multiplicidade de vozes e informações que se espalha cada vez mais rápido através das igualmente múltiplas mídias a que hoje (por enquanto) a minoria de nós tem acesso. Digo isso porque eu mesma nunca sequer segurei um iPod, um iPad ou um Tab – isso só pra mencionar algumas dessas maravilhas tecnológicas informacionais interativas de bolso.

Quando tanta gente fala, quando tanta gente se diz "especialista" em assuntos os mais diversos, a quem devemos de fato ouvir? Quem, nessa salada mista teórica e retórica, terá razão?

Talvez a grande sacada dessa "coisa" chamada globalização seja a promoção do exercício da análise através da pesquisa e do uso do bom senso por parte do leitor/espectador. Não há outra maneira dele se guiar em meio a tantos atalhos informacionais.

Sabemos que a mídia "oficial" possui gosto duvidoso, pois por trás de cada informação pode haver – e quase sempre há – interesses obscuros de seres com intenções igualmente obscuras. O mesmo pode se dizer de certas mídias que se autoproclamam "independentes". É preciso ficar atento o tempo todo.

Onde quero chegar?

Na preguiça mental, suscetibilidade moral e ideológica e nas tradicionais passividade e falta de atitude da maior parte da população brasileira dita "esclarecida". Expor opiniões, fomentar debates, trocar ideias, enfim, são coisas fundamentais, sem dúvida. O problema é a falta de atitude. É muito blá blá blá e tecla-tecla pra pouca ação.

Certo é que manifestações públicas de insatisfação são feitas aqui e acolá por uma minoria e certo é também que a maioria (que assiste a tudo passiva e indiferentemente pela web ou pela TV) fica lá pensando consigo mesma: "Pra quê isso? Não vai levar a nada!". Esta postura acomodada e cética de certa forma se justifica. Infelizmente, quase sempre tais manifestações – por mais pacíficas que se proponham – acabam apenas com alguns tantos olhos inchados pelo gás lacrimogêneo, partes de corpos com hematomas e algumas prisões. A truculência policial na repressão a expressões populares nesta "democracia" já é velha conhecida de todos.

Mas... E se a maioria dita "esclarecida" tomasse parte da coisa?

Ficar reclamando na fila do açougue, no boteco, no blog, no Twitter, no Facebook ou na grande sala de espera do INSS vai resolver algo? Muda alguma coisa? Não seria melhor unir forças, mentes e convicções para agir em conjunto e com um propósito comum? Ainda que a mídia distorça tudo depois?

Como disse, felizmente há uma minoria que não se contenta apenas com palavras. Há, por exemplo, a galera que há anos compõe a cena underground deste país e que não espera grandes recursos ou viabilizações para a realização de seus projetos e a propagação de suas ideias e ideais, mesmo muito antes da era "ponto com" surgir na linha do horizonte, e segue fiel a seu propósito.

O grande problema sempre foi e sempre será a maioria... E pior: a que se diz pensante, mas que nada faz para mudar o estado de coisas neste país a não ser falar e falar, teclar e teclar.

Então a pergunta vai pra esse segundo grupo: o que de fato estão fazendo com tanta informação? Apenas fazendo-a circular? E mais: seria o excesso de informação um agente paralisante, um artefato capaz de confundir as massas a tal ponto que simplesmente a tornasse incapaz de agir por já não saber mais o que pensar ou no que acreditar?


*Simone Maia, autora do livro de contos "A Última Estação" (Editora Expressão, copyright©2004 – esgotado). O que há de disponível da autora: E-book "Resíduos" para baixar gratuitamente no 4shared. Versão PDF e versão DOC.

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CIÊNCIAS SOCIAIS COM NOVO JORNAL

Alunos e professores do curso de Ciências Sociais do Centro Universitário Fundação Santo André acabam de lançar um novo jornal, confira logo abaixo:

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

3 ACORDES DE CÓLERA

Hoje faz um mês que nos deixou o vocalista da banda Cólera, Redson. Na ocasião houve espanto da grande mídia quando a triste notícia bombou nos "trend topics", nada surpreendente para quem vive, ou viveu, a cena underground/punk e sabe do pioneirismo do Cólera e do Redson em várias empreitadas.

Para não deixar em branco a data, compartilhamos o documentário TRÊS ACORDES DE CÓLERA produzido por: Paula Harumi & Thais Heinisch no ano de 2005 pela TV PUC. O documentário é uma boa oportunidade para os que queiram se lembrar (ou inteirar) da importância da banda para a cena, à qual todos nós, independente de opções estéticas, devemos respeito.



Gostou do vídeo? Passe para o level 2 nesta entrevista que o colega Márcio Sno fez com o Redson para o Portal Rock Press.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

AMOR AOS PEDAÇOS


- Lembra daquelas caixas de zines que eu disse que ia te dar? Então, preciso desocupar o espaço da casa do meu pai. Pode ser domingo? Me liga.

Essa foi a intimação final de Carlos Rodrigues Costa no meu Facebook.

Uma vez, quando visitei a sua extinta loja Sensorial Discos, ele disse que as caixas eram minhas. Enrolei por uns bons meses até receber essa última ameaça.

Tinha que pensar rápido: como explicar a chegada de três caixas de zines velhos na minha minúscula casa, numa época em que a ordem é o desapego e a desocupação de espécimes? Já sei: não explicar. Pronto.

Alguns e-mails, SMS e telefonemas depois, me vejo em um domingo, sete da manhã (pra calhar, bem no dia que começou o horário de verão, ou seja, acordei às seis!), chovendo como um tradicional janeiro paulista. Rodovia Castelo Branco, com direito a passagem ida e volta.

Em menos de uma hora lá estava eu em Itapevi ao lado das cinco caixas de fanzines. Cinco caixas??? Sim, duas a mais!

Uma olhada por cima e por dentro das caixas, já via que teria em mãos muitas coisas raras do submundo (não vou citar o quê, pra não causar furor!).

- Tem certeza mesmo que quer me dar isso? – perguntei por mais de dez vezes e obtive um “sim” em todas elas. OK, eu levo.

Voltei feliz, mesmo com a chuva castigando e deixando toda a vista esbranquiçada.

Não houve reclamações em casa. Estranho. Até hoje não reclamaram. Mais estranho.

Demorei uma semana até abrir a primeira caixa. Passei a folhear. Não, isso não ia dar certo. Não ia render nada ficar procurando datas e nome do editor. Só dá mesmo, por enquanto, pra separar por tamanho!

De repente, me dei conta de algo: diversos fanzines estavam carimbados com meu nome e endereço. Eu tinha o hábito de marcar coisas de “minha propriedade”.

Em 1994 fui com o Carlos para Mariana/MG participar de um evento de cultura alternativa organizado pelos alunos de História da Universidade Federal de Ouro Preto. Levamos na bagagem bolsas e bolsas de zines para uma exposição (nunca me esqueço a sensação de estar com bolsas pesadíssimas no metrô em horário de pico!). Na volta, com certeza, um trouxe zines do outro. E o ditado piscando em luzes de neon: “o bom filho a casa torna”. Bons meninos.

Dias depois retorno à peregrinação. E descobri que aquelas caixas me preparavam mais surpresas: edições de fanzines que tive, mas que perdi em enchentes e empréstimos que nunca mais voltaram. E lá estavam em casa os irmãos gêmeos do Papakapika, O Cabrunco, Bizarre Inc., Maria Overdrive, Escarro Napalm e até um zine que participei – e nunca havia visto – sobre a banda Soutien Xiita. Sorrisão no rosto.

Já era tarde. Ainda tinha uma caixa. Minha rinite perturbando. Olhei para a caixa. Ameacei fuçar o que tinha. Decidi que não.

Vou deixar um pouco de felicidade para outro dia. Até lá, a rinite sossegou e haverá um motivo especial para sorrir feito um menino bobo que ganhou um boneco Falcon após inúmeros pedidos pro pai.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

BEACHLIZARDSPINHEADSDEADFISH

O Beach Lizards estava programado para tocar na primeira noite do JuntraTribo2, em Campinas (SP). Acontece que nessa mesma noite (sexta) subiu ao palco a banda curitibana Resist Control, e o palco veio abaixo. Resultado: todas as bandas que tocariam depois foram automaticamente transferidas para o sábado.

Mas no sábado o vocalista do Beach Lizards, Demétrius, não podia. Precisou voltar ao Rio. Mesmo assim a banda carioca deu um jeito de mandar seu recado: duas músicas com o Paulo (Pinheads) no vocal, uma delas um cover de "along the way" (Bad Religion), e mais um cover do Bad Religion com o Rodrigo do Dead Fish (e seu cavanhaque) assumindo o mic.

Registro digno do título "histórico"!



Rodrigo, que nunca havia visto o vídeo, lembra que "ninguém se conhecia, mas já éramos todos amigos. Fomos nos ver pessoalmente neste dia. Quase todos estavam lá. Formando a rede social! hahahahaha"

Mais detalhes sobre essa e outras histórias dos Lizards você pode conferir no livro "Esporro", do jornalista/roqueiro Leonardo Panço. Pra quem mora em São Paulo (SP), o livro terá um lançamento nesse sábado, 29/10, as 17h, na Galeria Choque Cultural.


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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

CELEBRANDO THE RIPPER


Mesmo quem não anda de skate já esbarrou com esse gráfico por aí, nos últimos 25 anos: a caveira rasgando o papel (ou seria um ventre) com as mãos, e posicionando a cabeça ossuda nessa fresta. O famoso logo da Powell Peralta, chamado THE RIPPER, criado pelo artista Vernon Courtland Johnson, mais conhecido como VCJ.

Para celebrar o gráfico icônico, a Powell organizou uma exposição, com diversas re-leituras da caveirinha simpática. Confira o vídeo:

RIP THE RIPPER ART SHOW from Powell-Peralta on Vimeo.

sábado, 22 de outubro de 2011

AVISTANDO O 4º

De cada postagem, a reaparição do diferente confronta diretamente com o repetitivo mesmo. O compartilhamento de ideias e o insistente “megafone” digital busca propagar e tornar pública as concepções, criações e formações mais variadas deste universo não muito convencional adotado por todos aqui.

É apenas uma parte inicial do que pode ser feito, e será, sem dúvida. Na verdade,nestes três anos, as postagens do Zinismo demonstraram a vontade de fortalecer e divulgar o mundo alternativo substanciada por frases, formas e músicas, e vale lembrar que estas mesmas dão as coordenadas para o lifestyle dos colaboradores desta confraria.

A intenção é tornar esta relação cada vez mais comprometida com os que buscam apreender as movimentações da realidade e devolvê-las artisticamente (etc.) para o mundo num resultado significativo, condensado e unificador, na forma de criação reorganizada para as transformações.

Como nas admiráveis músicas,entre harmonias e melodias, o Zinismo é aquele acorde principal que aparece e reaparece, ora subtraído de uma nota, ora acrescido de outra, conduzindo, nesta inconstância tácita, o apreciador para uma surpreendente busca pelo que ainda está por acontecer. Para cada vez que a nota surge na composição, é cabido ao ouvinte um desvendamento.

“Zinai-vos”.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

00000011 ANOS!!!

trote

Eu no dia do PEDÁGIO

[EGOTRIP ALERT!!!!!]

Foi por causa da distância! Eu havia me mudado de São Paulo para Piracocór (aka Piracicaba) e criei um blog para tentar manter uma relação mais pessoal com o pessoal!!! O tema: Cultura Pop principalmente música, skate e minhas paixões. Dai o Grão falou: “Vamos criar o Zinismo!” iupi!!! E criamos! E eu curioso maldito fiodaputa que sou, comecei a fuçar na tal blogosfera (termo datado da porra!!!!), descobri o HyperTextMarkupLanguage ou HTML para os íntimos! O tal CSS que não era mais Cansei de Ser Sexy e virou Cascade Style Sheet. E Open Source – NOTA DO AUTOR: O ZINISMO É OPEN SOURCE, REPARE NA LICENSA CREATIVE COMMONS ALÍ NA BARRA LATERAL! - sem falar em Java, C#, PHP, ASP.NET, etc, etc…

Quando eu vi, eu já estava rodeado de informações sobre algo muito maior do que os blogs, fui até parar em um livro digital! Pior, fui trabalhar na Apple, mais precisamente no AppleCare!

Daí comecei a fazer cursos livres na área de TI, tirar certificações, e de repente (o que explica o meu sumiço daqui nos últimos meses) eu estava dentro de uma Universidade Federal fazendo uma graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas!

Então, como diria meu ex-patrão Steve Jobs (R.I.P.): “… and than BOOOOMMMM!!!”

Essa porra simplesmente transformou minha vida! Mudou meu futuro! Tudo pra fazer o Zinismo se tornar algo que DEFINITIVAMENTE se tornou: Um blog legal, integro, respeitado. E tudo por respeito aos leitores, fanzineiros, coffee addicts, e outros que aqui encontram um minuto de informação idônea, interessante e interessada.

Hoje me culpo por não escrever mais aqui. Pior que a falta de tempo, já que faço iniciação cientifica, ou seja, sou um pesquisador e estou desenvolvendo um projeto na Universidade, o que me obriga a fazer alguns cursos de extensão, muita pesquisa e muuuuuuuuuuuuuuuuuito estudo, resultando em média 12,5 horas por dia dentro da UFSCar, do IFSP, do SENAC, do ICMC da USP São Carlos (CAASO), etc, pior que isso, é que eu simplesmente não sei mais nada do que acontece no mundo! Sério!!!!

Se vocês quiserem saber o ranking das linguagens de programação mais usadas no mercado atualizado até a data de hoje (21/10), eu sei!!! Go Java! Aliás, pontos para a linguagem LUA, desenvolvida por um brasileiro que é uma das linguagens que mais cresce, e foi usada para fazer o Tíbia – um MMORPG ou jogo rpg on line!!! Mas, sobre música, skate, cultura pop, não sei mais nada! Nem sabia que o Rafinha Bastos disse o que disse pra Wanessa (ex-Camargo!)! Sério! Fiquei sabendo disso só hoje! Tipo, noticia mais velha que a treta do Boteco São Bento!!!

O skate ainda tá no pé, me leva e me traz da UFSCar, e tem um pistinha muito naipe aqui pertinho de casa. A música ainda tá no ouvido, mas agora é só prazer mesmo. Aqui na Rep, tem um lambe lambe do Sesper no meu quarto, mas fica nisso! Espero que consiga voltar a escrever aqui, mas mesmo que isso não aconteça, comemorar três anos de Zinismo é no meu ponto de vista, celebrar uma virada na minha vida, é celebrar meu próprio crescimento pessoal. Enfim, é apenas para agradecer o que o Zinismo e todos vocês que aqui passam, passaram e passarão fizeram mesmo que sem saber por mim! é ter tido o prazer de me interessar em tecnologia só pra fazer disso aqui, desse exato blog algo melhor, mas no fim foi o Zinismo que fez algo melhor por mim!

Correm lágrimas… Então, sinceramente:

MUITO OBRIGADO! VIDA LONGA AO ZINIMO! E COMO SEMPRE… ZINAI-VOS!!!

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PS1: para quem não entendeu o Título do post: “Existem 10 tipos de pessoas no mundo: as que sabem ler números binários e as que não!” – logo, 10 = 2 e portanto 11=3!!!

PS2: Daí, Steve Jobs chegou no céu, viu tudo azul com um monte de nuvens e logo disse: Puta merda, vim para no Windows!!![infame mode: on]!!!!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

3 ANOS EM NÚMEROS

75.075 visualizações de página*

55.668 visualizações de página usando Windows*

10.682 visualizações de página usando Macintosh*

6.533 visualizações de página usando Linux*

37.369 visualizações de página com Firefox*

22.501 visualizações de página com Internet Explorer*

9.537 visualizações de página com Chrome*

2.473 visualizações de página com Safari*

1.300 visualizações de página tem a postagem MACUMBA OBSESSION*

1.508 comentários

532 postagens

145 seguidores

4 blogueiros: Flávio Grão, Marcelo Viegas, Eduardo Zambetti e Ricardo Ideia

1 novo blogueiro recém-apresentado: Márcio Sno

3 anos de Zinismo

Viva!


*Dados do período maio de 2009 – outubro de 2011. Lembrando que esses dados são incompletos, pois o blog começou suas atividades em outubro de 2008.

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A DURA MISSÃO DE SER DIY


“Quem ta no rock tem que se foder”. Essa clássica frase que ecoa desde que o rock é rock, por esses dias insistiu em bater em minha porta. Um bocado de vezes.

Ainda quero ver alguém descobrir exatamente o que faz uma pessoa em dia com suas razões psicológicas a se meter em projetos que não lhe traz nenhum retorno financeiro – muito pelo contrário – e que ocupam todo o seu tempo livre.

Em dias seguidos ouvi que “quem se mete em uma atividade independente, nunca consegue fazer apenas uma coisa”. Como se não bastasse gastar seu tempo produzindo um fanzine, lá vai o cabra montar uma banda. Quando ele para pra pensar, já está organizando shows. Aí, ele também desenha. Faz um cartaz. Está articulando com diversas pessoas. Pronto. Não tem mais volta.

Para quem ainda não tem responsabilidades familiares, ou seja, é solteiro, fica bem mais fácil lidar com a infinidade de compromissos que a arte underground propicia.

Ao contrário do crescido e multiplicado ser casado que tem que arrumar os maiores argumentos do mundo para não almoçar domingo na casa da sogra, negar ir à cerimônia de casamento da amiga de serviço da mãe. E o que é mais difícil: justificar de forma detalhada o desvio no orçamento mensal e, às vezes, a quase não aparição em casa em alguns momentos.

Seria tudo mais fácil se o nosso guerreiro não tivesse que ficar oito horas em um emprego que pouco (ou nada) tem a ver com a sua atuação independente. Isso é um absurdo! Horas de criatividade e atividade perdidas em um... emprego! Mas... mas... vida alternativa não dá grana, lembre-se disso!

OK, vamos esquecer um pouco essa ideia. Mas valeu o desabafo!

Voltemos à realidade. O que resta então é utilizar as horinhas diárias que restaram para produzir e aproveitar cada segundo do disputadíssimo final de semana!

Segunda-feira. Lá vai o nosso herói se arrastando para o serviço, com a enorme sensação de que o final de semana foi curto e que precisava de uma folga no primeiro dia útil da semana – como se tudo que se faz aos finais de semana fosse inútil. E esse ciclo vai se repetindo no restante do mês. Do ano. Sempre com aquele discurso-padrão: não tenho tempo, ta corrido... Mas não para de produzir. Jamais.

Ora, mas pra resolver esse problema de tempo, é só deixar as coisas subversivas de lado e ficar de bobeira em casa. Facinho. Mas que nada!

Quando se opta em ser independente, não é mais possível pensar em uma vida normal. Aquela coisa de chegar em casa, tomar banho, jantar assistindo o Jornal Nacional e ir dormir. Isso não faz o menor sentido pra esse workaholic independente.

Abrir mão do normal way of life é mais do que uma opção, é uma missão. Missão que está incrustada no produtor independente, que parece nunca ter fim.

Produzir é uma obsessão incontrolável! E a impressão é que sempre falta alguma coisa a fazer.

Não adianta. Só ele e seus iguais que entendem. Mais ninguém.

Conclusão: o cara que tem essa missão estampada na testa não vai ficar buscando respostas para os porquês do do it yourself. Ele vai lá e faz.

Simples assim.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

ZINISMO 3 ANOS + NOVO ZINISTA = MARCIO SNO!



Sou péssimo para datas.

Guardo no cérebro somente aquelas necessárias para manter um relacionamento familiar saudável (aniversário da patroa, casamento, irmãos e pais). Há porém, períodos em que uma voz me martela na consciência dizendo “cara, você está esquecendo de algo”.
Sexta-feira passada (14 de outubro) foi um dia especialmente produtivo.

Após alguma negociação, conseguimos encaixar em nossos cotidianos uma data para contribuirmos (eu e o Marcelo Viegas), através de um depoimento, com a segunda parte do documentário Fanzineiros do Século Passado, do Márcio Sno.

Ligada a câmera, a conversa iniciou em um passado remoto, quando há cerca de 25 anos fazíamos fanzine sem saber o que era, lá pela sexta série do antigo ginásio. Seguiu, depois, pela adolescência, quando nos enveredamos por caminhos determinantes, como punk, o skate e o hardcore. Não esqueceu também de passar, a conversa, pelo nosso primeiro fanzine, o The Answer e também pela nossa militância em diversas vertentes do pantanoso “udigrudi” dos anos noventa, como as bandas nas quais tocamos, as banquinhas de CDs, a loja na Galeria e o selo que o Marcelo empreendeu.

Após mais de uma hora (não sabia que a câmera mini dv tinha fita) chegamos aos tempos da modernidade, com o blog Zinismo, sua versão em papel e minha produção atual também de zines de papel.

Conjecturamos também sobre o futuro dos fanzines de papel e seu relacionamento com a internet (assunto sempre presente nas conversas sobre fanzine).
Acabada a entrevista, surgiu outro assunto que combinamos de conversar nesta data, seria sobre a entrada de um novo colaborador no blog.

O ZINISMO, como sabem, é um blog COLETIVO, e como tal, esperamos que seja feito por diversas pessoas.

Atualmente somos quatro colaboradores, uns mais ativos, outros menos. Já passaram pelo blog outros tantos, mas só persistiram colaborando aqueles que tiveram disposição e persistência, amor à camisa e à causa, ou seja, aqueles que tinham o tal do “espírito zineiro”. Há umas duas ou três semanas havia comentado que devíamos convocar mais gente para o ZINISMO, e um dos nomes que sempre rondam estas conversas é justamente o do Márcio Sno.

Quando encontrei o Márcio na sexta-feira ele estava com uma tatuagem nova no antebraço, sua primeira, escrita com letras garrafais em “fonte seqüestro”: DO-IT-MYSELF. Acho que estas palavras representam bem o espírito do sujeito. E é uma das razões pelas quais pensamos em seu nome para somar no ZINISMO.

Uma das primeiras iniciativas produzidas pelo SNO que tive contato foi o manual “Fanzines de Papel”, material fundamental feito em 2007 que recomendo aos velhos e novos apreciadores do gênero maldito. É o tipo de publicação que transpira honestidade, dedicação e o tal amor à causa.

No ano passado, Márcio esteve envolvido em um trabalho pesado: a produção de um documentário a respeito da cena dos fanzines dos anos 90. Com seu novo lema “Se ninguém faz, façamos” realizou praticamente sozinho. O documentário “Fanzineiros do Século Passado - As dificuldades para botar o bloco na rua e a rede social analógica”, lançado no início deste ano, tornou-se um novo marco na história do Fanzinato Nacional, e que também recomendo aos velhos e novos apreciadores do gênero maldito.

Bem, é com extrema felicidade que compartilho que na sexta feira fechamos a participação do Márcio Sno no ZINISMO, ele agora é um dos nossos, contratamos um artilheiro e tanto para o time, e o melhor, não tivemos que pagar nada por isso...

E vocês se lembram daquela voz do começo do texto, que me martela na consciência como se dissesse “cara, você está esquecendo de algo”. Pois é, recebi um e-mail do Viegas ontem, me lembrando: sexta feira foi aniversário de 3 anos do ZINISMO... Coincidência ou não, comemoramos de uma ótima forma, e a chegada de um novo conspirador foi um bom presente para todos, não?


Eis o homem!

sábado, 15 de outubro de 2011

MAUREEN ENTREVISTA J MASCIS

"How can anybody have a name like J?" Confira essa e outras pérolas nessa entrevistinha muito divertida com o guitarrista e vocalista do Dinosaur Jr.

Já virei fã da Maureen!



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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PLEASE LET ME SING MODERN MAN



Demorei 15 anos para ver o Bad Religion novamente. Estava lá em 1996, no famoso show do Close Up Planet, e passei batido em todas as outras oportunidades. Aí pensei: "15 anos é um bocado de tempo, tá na hora de ver novamente". Além disso, circulavam (e acho que ainda circulam) rumores de que essa seria a última tour latino-americana da banda. Foi o estímulo que faltava.

Colei ontem no Via Funchal (São Paulo/SP), muito bem acompanhado por Henrique Nardi e Adriana Costa, para matar a saudade da banda californiana no palco. Entre velharias e novidades, o BR foi dando sua lição de hc melódico, parecendo não notar o que era claro para o público: o som do Via Funchal não estava legal. Isso é dizer o mínimo, fique claro.

Lá pela metade do show, avistei uma movimentação próximo ao palco. Demorei uns segundos para decifrar o que estava escrito naquela camiseta que um fã mostrava para a banda. Quando caiu a ficha, cutuquei o Henrique e disse: "Mano, olha aquilo, você não vai acreditar..."

Ele, de fato, não acreditou. Ficou atônito, e com toda razão. A camiseta trazia a seguinte frase: "PLEASE LET ME SING MODERN MAN".

Para entender porquê ele ficou atônito, é necessário abrir um longo parentêses, nas palavras do próprio Henrique:


"Março de 1999. Faltando uma semana para os shows no Olympia, tinha uma idéia fixa na cabeça: subir no palco e cantar uma música com o Bad Religion. Mas como?

Fã dos caras desde o início dos anos 90, já tinha tido duas oportunidades de vê-los ao vivo: a primeira, no festival Close-Up Planet, 96, junto com Silverchair e Cypress Hill. Um show maravilhoso, mas curto (uns 50 minutos), já que foram os Sex Pistols que fecharam o evento. A segunda chance foi na Warped Tour de 1998 em Washington DC. Um show ainda mais curto (meia hora), já que na Warped se apresentam umas 30 bandas no mesmo dia, em 4 palcos diferentes. Logo, esta seria a primeira oportunidade de assistir a um show completo da banda. Comprei ingressos para os dois dias, é lógico.

Música escolhida, estratégia definida: levar uma camiseta com a frase “Greg, let me sing ‘Modern Man’ and I’ll give you this t-shirt”. Pra que eles vissem a camiseta, eu precisaria estar o mais perto possível do palco. Então lá vou eu beeem cedo no dia 9 pro Olympia. Já tinha uma pequena fila, e mesmo assim fui cara-de-pau o suficiente para furá-la : ) Espera, espera, espera... portões abertos, corro pra colar na grade. Mais espera. E aos poucos o Olympia foi ficando muito pequeno. Fila do gargarejo é dureza. Se bem que, dureza mesmo foi ter que aturar o Pavilhão 9 como banda de abertura. Nada contra, mas não foi a melhor das escolhas.

Bad Religion no palco. Muito agito. Mais aperto. Pulando, cantando junto, e cuidando pra não ser arrastado pra trás. Com muito (mas muito) esforço, lá pela quarta música consigo um espacinho de volta na grade. E o tempo jogando contra (vai que eles tocam “Modern Man” antes da hora?). Acenava a camiseta e tentava chamar os caras entre as músicas. Até que o Jay Bentley, me viu e leu a frase. Deu uma grande risada e chamou a atenção dos demais pra camiseta. Todos se divertiram, mas nem um sinal de OK. Segue o show e eu sigo no gargarejo. Greg Graffin toma a câmera do cinegrafista que jogava as imagens pros telões e passa a filmar o público e tudo mais. Aplausos, diversão. Eu, com a camiseta esticada, à espera de um sinal. De repente, tem início “Modern Man”. Olho para o vocalista e ele abre as mãos, olhando pra mim, como se dissesse “aí, foi mal”. Só me restava acompanhar o resto do show. Mas antes mesmo da música seguinte começar eu grito pro Greg: “amanhã eu volto!!”. Mais risos.

Fim do primeiro round.

10 de março de 1999, de volta ao Olympia: chegar cedo, fila, espera... abertura dos portões, mais espera. Olhando pro público cada vez maior da segunda noite, encontro dois amigos que tinham acabado de chegar. De longe, aceno pra eles com a camiseta. Cientes do plano, os dois balançam a cabeça rindo: tsc, tsc, tsc... Aperto. Mais Pavilhão 9. Dureza.

Bad Religion em cena. Euforia geral. Primeiros acordes. Dobra o aperto. O jeito é seguir o fluxo, pulando e cantando junto, sem se afastar da grade. Perdi uns 2 quilos brincando nesse dia. Camiseta acenada. Chamo a atenção do Jay novamente. Risos e surpresa. Desta vez a camiseta trazia uma nova frase no verso: “don’t worry, I know the lyrics”. Mais risos. Nada de sinal. Lá pelas tantas, como de costume, a platéia começa a pedir a clássica “Yesterday”. Greg devolve: “‘Yesterday’, we did it...yesterday! Today we’re gonna play...” ele olha pro Jay e ambos dizem “Tomorrow!” com Greg Hetson já iniciando a música. “Ya hey!!” Foda.

Canseira. Seguem as músicas e nada. Camiseta estendida. Fila do gargarejo não é brincadeira. Até que Greg olha pra mim e diz: “and now it’s time for ‘Modern Man’”. Silêncio (de repente ficou frio). Alvoroço pra pular a grade. O pessoal em volta que acompanhava o drama deu uma força. O segurança gritava “calma! você vai subir”. E eu subi. Três mil pessoas e ninguém tava entendendo nada. Greg pergunta meu nome e cidade, e eu mostro a camiseta. Vou pro microfone do baixista, não sem antes ouvir um “you better be good!” desafiador do vocal.

Solo inicial (e o cagaço de esquecer a letra?). Greg começa cantando junto comigo. Quando percebe que eu sabia mesmo a letra, passa a dançar, fazer mímicas e caretas. O público agita - muito. Refrão. Estrofe. Solo. Refrão. “Just a sample of carbon-based wastage / just a fucking tragic epic of you and I!!” Êxtase. Aplausos. Vou cumprimentar o Greg, quando ele vem na minha direção e me derruba com um abraço. Mais aplausos. Entrego a camiseta, como prometido. Cumprimento todos os integrantes e volto pra platéia. A partir daí não ouço mais nada. O pessoal em volta me parabeniza e eu sigo pro fundo do Olympia tentando entender o que tinha acontecido.

Missão cumprida."


Corte pra 2011: Henrique atônito, e o fã sobe ao palco. William Younger é seu nome. Greg Graffin abre a votação, pra decidir se William cantaria ou não. Cantou. Cantou bem. Aposto que o Henrique cantou melhor em 1999, mas isso não vem ao caso. Se eu não acreditava no que estava vendo, posso imaginar o que passava pela cabeça do Henrique. Ele já tinha fotografado e twittado, registrando a inusitada situação. "Mano, veja pelo lado positivo: você criou uma lenda urbana", disse pro Henrique. No meio da música, ele começou a filmar e justificou: "Vou fazer aquilo que ninguém fez por mim". Não há nenhum registro em vídeo da façanha que deu origem a série.

Série? Algo do gênero sim, afinal outro fã brasileiro, Paulo Pilha, também cantou uma música com o Bad Religion. Mas usou outra estratégia e escolheu outro som. O relato da história está aqui e vale muito a pena.

Hoje de manhã encontrei o tal William no Facebook. Comentei com ele sobre a história do Henrique, e ele disse que de fato sabia do ocorrido. "Depois de saber que o Paulo Pilha tinha cantado em Seattle, alguns fãs comentaram que um cara tinha cantado há 12 anos e alguém postou o link do flickr", explicou William. "Como sou fã também, fiquei feliz em saber disso. Se não me engano assisti um show do Remaining (banda do Henrique) lá em São Caetano do Sul, junto com o Dead fish, e nem sabia que aquele cara tinha cantado com o BAD RELIGION." Pra finalizar, ele explica a escolha da estratégia Nardiana:"Não tive a intenção de plagiar a ideia dele, eu precisava ser direto."

Uma das características mais marcantes do Punk Rock é a proximidade de banda e público. Diferente da figura do Rock Star arrogante e inatingível, o Punk ensinou que não devem existir barreiras entre os que tocam e os que prestigiam. Todos são iguais, todos são importantes para a cena. As experiências de Henrique Nardi, Paulo Pilha e William Younger transcendem os significados pessoais. Elas são representativas também para cada um dos milhares de fãs da banda mundo afora.

Agora resta esperar pelo próximo capítulo dessa história. Ou, se preferir, dessa "nova" tradição.



Foto: Flavio Moraes/G1

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

UMA DUPLA QUE NUNCA DECEPCIONA



Björk e Gondry, uma dupla que nunca decepciona.

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

I LOVE BOOBIES - MAGOO FELIX

Magoo Felix, artista e músico (toca bateria no Twinpines), é um dos artistas convidados para participar da campanha I LOVE BOOBIES no Brasil, pintando o busto da patinadora Fabiola da Silva.

I LOVE BOOBIES é uma campanha da ONG Keep A Breast, com sede nos EUA, sem fins lucrativos, que tem a missão de ajudar a erradicar o câncer de mama através da educação dos métodos de prevenção, detecção precoce e apoio. Se diferencia das outras organizações pelo seu foco no jovem que curte arte urbana, música e esportes como skate e surf. Através de campanhas e eventos, a organização busca aumentar a consciência do câncer de mama entre jovens para que elas estejam melhor preparadas para fazer escolhas e desenvolver hábitos que irão beneficiar a sua saúde a longo prazo. No Brasil a campanha I Love Boobies foi encampada pela Revista Outro Estilo.

I LOVE BOOBIES - MAGOO FELIX from OutroEstilo on Vimeo.



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domingo, 9 de outubro de 2011

MORRE MIKEY WELSH, EX-BAIXISTA DO WEEZER


Essa capa do Weezer sofreu um desfalque: Mikey Welsh, o primeiro da esquerda pra direita, foi encontrado morto, no dia 08/10, num quarto de hotel em Chicago (EUA). A causa da morte ainda é desconhecida, embora circule um previsível boato de overdose.

Welsh gravou apenas o Green Album com o Weezer, e deixou a banda para dedicar-se a uma carreira nas artes plásticas. Vale lembrar que ele também tocou com a Juliana Hatfield.



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sábado, 8 de outubro de 2011

MURAL 191



Imagine um painel de 191 metros pintado por seis dos mais ativos grafiteiros da região do ABC paulista. Imagine que este painel faz parte da revitalização de uma comunidade e será o fundo ou cenário de uma praça que está sendo construída pela Secretaria de Habitação da cidade.



Esta é a história do Mural 191, que está sendo construído em São Bernardo do Campo, na comunidade Sítio Bom Jesus.

“B-47, Emol, Sapo, Cena Sete e Daniel Melim, são os artistas que tem como desafio deixar um local antes construido na desordem e sem nenhum planejamento em um ambiente mais harmonioso.

Cada artista tem 35 metros para expressar seu trabalho, com excessão do B-47 que por trabalharem em dupla ficaram com 52 metros”.



Cada artista trabalhará com seu próprio estilo, linguagem e motivos. Um desafio interessante será o modo como eles se integração neste painel imenso, um desafio que sempre está posto nos trabalhos coletivos de graffiti em qualquer muro da cidade.

O trabalho está sendo amplamente documentado pelo jornalista Luiz Americo, através de um canal no flickr e no Vimeo. Recomendo também o site do projeto, que reúne tais informações de forma rápida e eficiente. No final do projeto será lançado um documentário sobre a intervenção. Acompanhe!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

D.O.A. NO BRASIL


Em novembro o Brasil receberá, pela primeira vez, a (clássica) banda canadense D.O.A., para três apresentações, em SP, RJ e Curitiba. Punk Rock de primeira qualidade, absolutamente recomendado pelo Zinismo!


Segue divulgação oficial da tour:

D.O.A.
BRASIL TOUR – NOVEMBRO

Garanta seus Ingressos !!!


18/Nov/2011 - Curitiba (Front Bar)

D.O.A. + FLICTS + AGROTÓXICO + OVOS PRESLEY


19/Nov/2011 - São Paulo (Hangar 110)
D.O.A. + OLHO SECO + AGROTÓXICO
Participação KOB 82


20/Nov/2011 - Rio de Janeiro (Teatro Odisséia - Lapa)
D.O.A. + OLHO SECO + MANGUAÇA




Release D.O.A.


Não demorou muito depois que o punk rock se expandiu além de Nova York, Londres e Los Angeles, durante a metade dos anos 70, para que emergisse em Vancouver, Canadá, a banda D.O.A.

Formado originalmente em 1978, o D.O.A. tem sido liderado desde sempre pelo vocalista e guitarrista Joe Keithley, vulgo Joey "Shithead", que, através dos anos, teve a companhia de diversos músicos, incluindo o baterista Chuck Biscuits, que mais tarde tocaria em banda como Black Flag, Danzig e Social Distortion. No ano de sua fundação, o D.O.A. lançou o EP "Disco Sucks", precedido por um par de LPs que os fãs mais antigos consideram os clássicos absolutos da banda: "Something Better Change", de 1980, e "Hardcore '81", lançado no ano seguinte. Uma popular coletânea com as melhores faixas desses dois discos foi lançada em 1984 com o título "Bloodied but Unbowed". Desde o princípio, Joe Keithley não teve medo de deixar claras suas convicções políticas, evidenciadas pelo famoso slogan do D.O.A.: "Papo - Atitude = 0". Keithley chegou a ir para atrás das grades por conta de seu radicalismo político.

O D.O.A. lançou álbuns esporadicamente por toda a década de 80 e a de 90 também, destacando-se "War on 45", de 82, "The Dawning of a New Error", de 85, e "Loggerheads", de 1993. O grupo também arranjou tempo para colaborar com outro desbocado líder punk, o ex-líder dos Dead Kennedys Jello Biafra, no disco "Last Scream of the Missing Neighbors", de 1990.

A exemplo do que já havia feito o próprio Biafra, Joe Keithley também tentou entrar para a política, candidatando-se a cargos eletivos de uma província canadense em 1996, pelo Partido Verde. Keithley também administra sua própria gravadora, Sudden Death Records, e escreveu sua autobiografia em 2003, intitulada "I, Shithead: A Life in Punk" ("Eu, Shithead: Uma Vida no Punk"). Enquanto isso, o D.O.A. continua firme e forte, como provado com discos do calibre de "Win the Battles", de 2002. Como resultado do trabalho árduo de Keithley, o D.O.A. é frequentemente mencionado como influência por outras bandas conhecidas de hardcore/punk como Green Day, Rancid e Propaghandi.

Em 2009 a Red Star faz o primeiro lançamento oficial no Brasil de um disco do D.O.A.!!! E nada mais apropriado que "War and Peace", uma fabulosa antologia que cobre os 25 anos de carreira do grupo e é material indispensável para velhos e novos fãs. Em 2010 a Red Star repete dose com o disco "Northern Avenger" que, produzido pelo legendário Bob Rock (Metallica, Offspring, Motley Crue e outros canastrões), é puro Punk Pock como deve ser, além de combinar levadas Ska e riffs intensos e arrasadores.



Serviços:

São Paulo - Hangar 110 (SP) - a partir das 19:00hs (Chegue Cedo)
R. Rodolfo de Miranda, 110 - Bom Retiro - Metrô Armênia
www.hangar110.com.br - fones: 3229-7442 / 9389-3365

Ingressos:
Primeiro Lote: R$ 30 (antecipado)
Segundo Lote: R$ 40 (antecipado)
No Porta: R$ 50

Pontos Venda:
Galeria do Rock - Loja 255 - 1 andar - (11) 3361-6951
Sick'n'Silly Rock Store - Rua Augusta, 2690 - loja 216 - (11) 3081-7508
Sick'n'Silly Rock & Tattoo - Alameda Jaú, 1529 - (11) 3081-3899
Ingressos on-line através do Ticket Brasil: www.ticketbrasil.com.br

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CURITIBA - Front Bar - a partir das 20:00hs (Chegue Cedo)
R. 13 de Maio, 940 - São Francisco
Informações: (41) 9156-7573

Ingressos Limitados a 200 lugares:
R$ 30 até acabar

Pontos Venda:
TNT Estúdio: Galeria Pinheiro Lima, 101 - loja 17 - Praça Tiradentes - (41) 3013-6109
Lado B Bar: R. Inácio Lustosa, 517 - (41) 3233-9496

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RIO - Teatro Odisséia - a partir das 19:00hs (Chegue Cedo)
R. Av. Mem Sá, 66 - Lapa - Rio de Janeiro - (21) 2224-6367
Informações: (21) 9620-8006
Ingressos: R$ 30

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Nos shows: merchandise das bandas (CDs, LPs, T-shirt, patches e botons) e todo material de distribuição Red Star Records.

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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

JOAN OF ARC - LIFE FORCE

Joan of Arc, banda indie/emo/experimental de Chicago (EUA), que surgiu das raízes do seminal Cap'n Jazz. Saiu disco novo esse ano, Life Like, e aqui apresentamos o clipe da música "life force". Das nove faixas do disco, seis trazem as palavras Life ou Like nos títulos. Registrada a curiosidade, vamos ao clipe:



Correm boatos de que a banda pode pintar no Brasil em breve. Oba!

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terça-feira, 4 de outubro de 2011

BXI = BORIS + IAN ASTBURY


Descobrir algum som novo numa loja de discos é uma experiência muito legal. Infelizmente, tal experiência é cada vez mais rara hoje em dia. Mas, ainda acontece... Aconteceu comigo dia desses, na maravilhosa loja Amoeba, em San Francisco (EUA). Fuçando na seção de bandas nipônicas, eis que me deparo com um vinilzão azul, de um projeto chamado BXI. O adesivo na capa dava a letra: colaboração entre Boris e Ian Astbury. Boris é talvez a melhor banda de rock do Japão, capazes de transitar por diferentes frentes, do stoner ao rock psicodélico, sempre com qualidade. Ian Astbury é aquele mesmo que você está pensando, vocalista do The Cult. E isso elimina a necessidade de mais apresentações.

Confira logo abaixo as 4 faixas do EP BXI, incluindo o cover de "Rain", do The Cult:









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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

SSLYBY: CLIPE + ÁLBUM NOVO



O Someone Still Loves You Boris Yeltsin, também conhecido como SSLYBY, já deu as caras noutras oportunidades aqui no blog, afinal o Idéia e eu somos fãs da banda. Mais alguém? Enfim, motivos à parte, o fato é que a banda do nome gigante lançou um clipe novo para uma música do disco que já pode ser chamado de velho, apesar de ser de 2010 (falo do excelente Let It Sway). Isso do "disco quase velho" eu explico daqui a pouco, primeiro vamos ao clipe: esse som, "critical drain", é uma das minhas 5 favoritas do álbum. Punk rockinho melódico, empolgante, de estilo anos 90 e alguma influência não bem definida de Lemonheads. O clipe é bem legal: uma ideia, quando bem executada (e mesmo que simples), quase sempre resulta em algo legal.

Bom, chega de papo, o clipe é esse:



Quanto àquela história do disco quase velho, o molho é o seguinte: sai dia 18 de outubro, via Polyvinyl (Santa Polyvinyl), um disco de b-sides, raridades e afins, chamado Tape Club. Apesar de não ser um disco de inéditas, é um disco novo. 26 tracks. Traz, inclusive, a melhor música que eles já fizeram até hoje, "bended". Ah, e tem sim coisas inéditas, como por exemplo "yellow missing signs".

Ouça Tape Club na íntegra logo abaixo:






obs. em 2008, assisti um show do SSLYBY em Paris: apesar de jovens e algo tímidos, fizeram um bom show. Já na rua, troquei uma ideia com os caras. Disse que era do Brasil, e eles lançaram um "caraca, conhecem a gente no Brasil?" Educadamente expliquei que não somos macacos, temos internet, tecnologia, informações. Eles se justificaram, alegando que eram tão pequenos que achavam curioso que alguém sacasse o som deles por essas bandas. Expliquei então que eles eram muito famosos por aqui, com uma legião de fãs e que colocariam fácil 1000 cabeças por noite em cada uma das capitais do sul-sudeste. Mentira, não falei isso não. Falei a real, que eles poderiam fazer o circuito de inferninhos udigrudi, no esquema DIY, barato, algo arriscado, e com suporte de alguma banda local com bom público, tipo o Garage Fuzz. Mas nunca vieram... Enfim, seguem duas fotos tosquinhas que fiz nesse show de 2008.




Era isso.

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