segunda-feira, 19 de agosto de 2013

FANZINE NA EDUCAÇÃO

O zine está perdendo aquela imagem marginal que sempre o acompanhou. Aos poucos, está deixando de ser "a revistinha da turma" ou "jornalzinho punk" e sendo encarado com mais seriedade.

Uma das conquistas é ele ser reconhecido como uma ferramenta pedagógica por educadores e professores e, a cada dia que passa, mais relatos de experiências envolvendo os zines são apresentados para o público, geralmente em forma de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) ou artigos para eventos e seminários de Educação. Porém, ainda são poucas as publicações em formato de livro.

Renato Donisete é um dos zineiros mais ativos e o seu Aviso Final é um dos zines mais antigos em circulação no país, com mais de duas décadas. Alheio às redes sociais e à badalação do mundo virtual, utiliza a internet apenas para divulgar o lançamento de seus zines e eventos de amigos em seu Fotolog. Isso não representa um repúdio ou resistência, mas porque a vida de professor de escola pública não permite ficar muito tempo se divertindo em frente ao computador.



O professor de Educação Física iniciou o trabalho com zine com as turmas do Ciclo II na EMEF Presidente Campos Salles em 2008, quando a proposta pedagógica inovadora baseada na Escola da Ponte[1] passou a ser aplicada na escola localizada no bairro de Heliópolis (a maior favela de São Paulo) e foi desenvolvida até 2013, quando foi transferido para outra unidade.

Com o Cadernos de Estudos de Educação Física desenvolveu diversas propostas que envolvia a área de esportes, cuidados com o corpo e condicionamento físico, em um trabalho interdisciplinar com outras matérias, como História e Geografia. “Eu me utilizei deste formato fanzine para tratar questões pertinentes a comunidade escolar inserida, onde o movimento humano tenha sentido e significado”, diz o professor.

O relato dessa experiência acaba de ser lançado em formato de livro. Fanzine na Educação: algumas experiências em sala de aula explica como foi possível desenvolver o trabalho de pesquisa, leitura e escrita em uma disciplina que geralmente é vista como "lazer" ou mesmo para "domar" os alunos mais indisciplinados. Nessa publicação, lançada pela editora Marca de Fantasia, Donisete quebra esse preconceito e os paradigmas cristalizados pelos professores de escolas públicas, juntado duas paixões do autor: a docência e os zines.

A publicação acaba de sair do forno e, como é tradicional na Marca de Fantasia, foi produzida, impressa, montada, costurada por  Henrique Magalhães, que vai lançá-la oficialmente na Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos, nesta semana na USP, em São Paulo. Acesse a programação completa do evento aqui.

O fanzinato está em festa por mais um registro histórico, que contribui significativamente para registrar a histórias dos zines no Brasil e (por que não?) para a Educação. Que venham mais!

Fanzine na Educação: algumas experiências em sala de aula
Renato Donisete Pinto
Série Quiosque, 29.
João Pessoa: Marca de Fantasia: 2013. 56p. 13x19cm. R$12,00.
ISBN 978-85-7999-083-0


[1] A Escola Básica da Ponte (em Porto, Portugal) é uma escola com práticas educativas que se afastam do modelo tradicional. (…) A sua estrutura organizativa, desde o espaço, ao tempo e ao modo de aprender exige uma maior participação dos alunos tendo como intencionalidade a participação efetiva destes em conjunto com os orientadores educativos, no planeamento das atividades, na sua aprendizagem e na avaliação. Não existem salas de aula, no sentido tradicional, mas sim espaços de trabalho, onde são disponibilizados diversos recursos, como: livros, dicionários, gramáticas, internet, vídeos… ou seja, várias fontes de conhecimento. (Fonte: http://www.escoladaponte.pt/ponte/projeto)

domingo, 18 de agosto de 2013

ZINES OU FANZINES?


 Zines ou Fanzines? Esse é o nome da roda de conversa que acontecerá no dia 24/08, às 11h, na Biblioteca Walter Wey (Estação Pinacoteca), em São Paulo/SP. O evento tem sobrenome - Um panorama da produção contemporânea de publicações independentes - e o bate-papo será conduzido por Bia Bittencourt (Feira Plana) e Douglas Utescher (Ugra Press). Inscrições antecipadas pelo telefone: 11 3335-5196.

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sábado, 10 de agosto de 2013

ESCUTANDO CHOSEN ONE...



Atenção: isto não é uma resenha.

São apenas divagacões numa ensolarada tarde de sábado, antes da sessão de skate, tomando um café e esperando o almoço ficar pronto (sem machismo: a esposa saiu, eu mesmo estou improvisando meu rango).

Vagando meio sem direção pelo apartamento, vou procurar algum vinil pra escutar, e então vejo o sete polegadas do Grindhouse Hotel ali na pilha, meio dando sopa e meio dizendo "e aí vagabundo, não vai me ouvir nunca?"

Decido ouvir, finalmente.

Ganhei esse disquinho dos amigos da Monstro (valeu Leonardos: Bigode e Razuk), bem na fase em que tinha saído da CemporcentoSKATE e, portanto, não tinha mais um canal, digamos, oficial/impresso para publicar uma resenha. Meio que por isso, meio que por preguiça, demorei pra caralho pra postar algo sobre o disco.

Tem outro motivo também: a banda é de stoner rock. Como alguns (poucos, mas bons) sabem, já tive uma banda de stoner, chamada ästerdon, tem até um cdzinho lançado e tal. Assim, me considero sempre um pouco suspeito (no pior sentido) pra falar de bandas de stoner. Se eu não falar bem, vai paracer sempre inveja. Mas não é inveja não: sou chato com som mesmo. Até com minhas próprias paradas sou crítico em demasia. Todavia, o que importa o que digo? O que importa mesmo é o que as pessoas pensam que você pensa, mesmo que isso não corresponda a verdade.

Enfim...

Chosen One. Sete polegadas vermelho lindão (tem como vinil colorido não ser "lindão"?), faixa-título no lado A, e no lado B "Monkey Rule". As duas são legais, bem gravadas, guitarras bem fortes e marcantes, batera e baixo funcionando perfeitamente e o vocal típico do estilo (mais típico em "Chosen One", na verdade, pois "Monkey Rule" tem partes mais roucas e agressivas). Porém, nada de novo. Sem ofensas, é apenas minha opinião: aquela coisa tradicional do stoner, "quadrada", seguindo a risca a cartilha do deserto, é uma fórmula ultrapassada. O que de melhor poderia ser produzido nesse âmbito, já foi.

Corte para o caso brasileiro: em especial o lance da voz é uma parada que me incomoda muito. A começar pelo meu próprio desempenho punk horroroso, tenho uma opinião que o Brasil não forma bons vocalistas de rock. Simplesmente não forma. No underground então, a coisa é ainda mais triste. E, conhecendo há muitos anos essa carência na posição atrás do microfone, tenho sempre problemas em apreciar bandas novas. Talvez não seja o limite das bandas, mas o meu próprio limite/preconceito em ação. No caso do Grindhouse a voz nem me incomodou, nem tampouco agradou: fiquei meio indiferente, mas talvez porque tenha essa pré-disposição a não gostar.

Blog é pra ser sincero, não é?

Escute os sons e tire suas próprias conclusões:





[foto surrupiada do site tenhomaisdiscosqueamigos.com.br]

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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

DOCUMENTÁRIO SOBRE O HR (BAD BRAINS)

Finding Joseph I é o nome do documentário sobre o lendário vocalista do Bad Brains, o HR. O trailer está logo abaixo.



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domingo, 4 de agosto de 2013

SESPER NA LOGO

Veja o teaser da próxima expo do Sesper, na Galeria Logo, São Paulo/SP. O nome da expo é "Reprovado". Abertura no dia 13 de agosto, e vai até o dia 21 de setembro.

Sesper "reprovado" 13/08/2013 Logo Galeria from Sesper on Vimeo.

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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

AGROTÓXICO NO VINIL


Para celebrar os 20 anos da banda, o Agrotóxico anuncia o lançamento de um álbum de inéditas (11 sons), chamado XX. Com lançamento simultâneo em 4 países (Brasil, França, Alemanha e Inglaterra), o disco sai inicialmente apenas no velho e bom formato preto, redondo e com um buraco no meio. LP de alta qualidade, com acabamento feito em Berlin, faz jus a longevidade, importância e batalha da banda no cenário punk rock/hc brasileiro.

Lançado e distribuído no Brasil pela Red Star Recordings.

E, aproveitando o ensejo, aqui vai um vídeo bem recente do Agrotóxico em ação na Alemanha, representando o punk brasileiro no bairro mais punk de Berlin, Kreuzberg:



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